São Paulo, terça-feira, 22 de fevereiro de 2005

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Confira se anda em boa forma a sua memória do governo de Fernando Collor de Mello, que tomou posse em março de 1990

Ascensão e queda de um presidente

Oscar Pilagallo
colaboração para a Folha

1 - Como Collor iniciou a carreira política?
a) Por indicação de seu avô, político influente desde que ocupou o Ministério do Trabalho no primeiro governo Vargas
b) Com um mandato de vereador em Maceió, como fizera antes, em São Paulo, Jânio Quadros, político a quem foi freqüentemente comparado
c) Nomeado prefeito de Maceió durante a ditadura militar
d) Com a fundação do PRN, partido nanico pelo qual se candidataria à Presidência da República

2 - Sua eleição para governador de Alagoas em 1986 foi conseqüência:
a) De sua enorme popularidade no Estado, onde combatia os "marajás" da política local
b) Do sucesso do Plano Cruzado
c) Da articulação preliminar das forças conservadoras para lançá-lo, posteriormente, à Presidência da República
d) Da campanha sustentada pelos veículos de comunicação de propriedade de sua família

3 - Em seu discurso de posse como presidente, no dia 15 de março de 1990, Fernando Collor:
a) Anunciou o seqüestro da poupança dos brasileiros
b) Prometeu que promoveria o crescimento econômico
c) Abusou da retórica estatizante
d) Defendeu sem reservas a política econômica liberal

4 - O seqüestro da poupança:
a) Não teve êxito como política antiinflacionária
b) Foi apoiado inicialmente pela mídia, apesar da reação popular negativa
c) Foi uma medida sem precedente na história econômica mundial
d) Todas as anteriores

5 - Qual foi a herança inflacionária recebida por Collor?
a) Índice anual na casa dos três dígitos
b) Índice projetado de quase 5.000% ao ano
c) Índice anual de 84%
d) A hiperinflação era tamanha que impossibilitava a apuração

6 - A que objeto ou marca Collor associou sua imagem?
a) Uísque Logan
b) Gravata Hermès
c) Jet-ski
d) Todos os anteriores

7 - O que provocou o Collorgate?
a) O esquema de corrupção de PC Farias, homem de confiança de Collor
b) As denúncias do esquema de corrupção publicadas na imprensa
c) A atuação da Comissão Parlamentar de Inquérito
d) A Operação Uruguai

8 - Quem foi a testemunha-chave do Collorgate?
a) Eriberto França, motorista da secretária particular de Collor
b) Pedro Collor, irmão do presidente
c) PC Farias
d) Suzana Marcolino, namorada de PC Farias

9 - Os caras-pintadas saíram às ruas pedindo o impeachment de Collor:
a) Após o presidente ter conclamado apoio popular
b) Influenciados pela minissérie "Anos Rebeldes", sobre o movimento estudantil dos anos 60
c) Elevando a temperatura política no processo que levou ao afastamento do presidente
d) Todas as anteriores

10 - Assinale o item incorreto:
a) Collor escapou do impeachment, ao renunciar na undécima hora
b) O processo de impeachment não teve precedente na América Latina
c) Brizola se destacou nos ataques ao presidente
d) Dois anos após o afastamento de Collor, o STF o inocentaria da acusação de corrupção passiva

1. C) Collor foi nomeado em 1979, antes de completar 30 anos.

2. B) Na eleição de 1986, Collor, que antes era do PDS, havia se bandeado para o PMDB, partido do presidente José Sarney. Com o sucesso popular do Cruzado, o PMDB elegeu todos os governadores, exceto o de Sergipe.

3. D) Collor foi o primeiro presidente a abraçar o liberalismo econômico, que esteve em baixa no governo de Itamar Franco e voltou a ganhar importância com FHC e até com Lula.

4. D) Todas as contas com o equivalente a mais de US$ 1.250 foram bloqueadas. O dinheiro foi devolvido em um ano e meio.

5. B) O faixa-preta Collor dizia ter aplicado um "ippon" na inflação, referindo-se ao golpe de caratê. Acabou esticado no tatame. A inflação mensal herdada de Sarney foi de 84%.

6. D) Collor quis construir a imagem de homem moderno, consumidor do que havia de melhor.

7. B) A corrupção grassava, mas foram as denúncias que geraram o fato político. A Operação Uruguai foi uma tentativa desastrada de explicar a origem de dinheiro resultante da corrupção. A versão implausível selou o destino de Collor. Quanto à CPI, atuou a reboque da imprensa.

8. A) Pedro Collor foi quem detonou o processo com uma explosiva entrevista para a revista "Veja". O motorista, porém, foi a testemunha-chave. Seu depoimento, para a revista "Isto É", envolveu o presidente no escândalo.

9. D) Encurralado e o sem apoio dos partidos, Collor pediu que a população saísse às ruas usando as cores da bandeira. Os jovens encheram as ruas, mas para exigir o impeachment. Era agosto de 1992, o início do fim da presidência de Collor.

10. C) Brizola, esquerdista nos anos 60, figura central da resistência ao golpe de 64, exilado durante o governo militar, foi um dos políticos que apoiaram Collor na reta final, livrando-o do isolamento completo.

Se você acertou

de 0 a 3 respostas) Você apagou da memória a história recente. Leia pelo menos um verbete completo sobre o ex-presidente. O melhor deles é o do "Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro Pós-1930", de Alzira Alves de Abreu e outros (Editora FGV, Cepedoc, 6.252 págs. em cinco volumes, R$ 600). Há uma seleção na internet, em www.cpdoc.fgv.br/dhbb.

de 4 a 7 respostas) Seu nível de conhecimento é razoável. Não deixe de ler os livros que tratam da relação Collor e imprensa. Além de "Notícias do Planalto" (Companhia das Letras, 752 págs., R$ 56,50), de Mario Sergio Conti, diretor de redação da revista "Veja" e um personagem secundário da história, outros dois livros abordam o assunto com competência: "Os Fantasmas da Casa da Dinda" (Contexto, esgotado), de Luciano Suassuna e Luís Costa Pinto, e "A Imprensa Faz e Desfaz um Presidente" (Nova Fronteira, 166 págs., R$ 28), de Fernando Lattman-Weltman e outros.

de 8 a 10 respostas) Nem um radical e aplicado cara-pintada se sairia melhor. Para uma análise mais acadêmica, leia "Esquerda e Direita no Eleitorado Brasileiro" (Edusp, 208 págs., R$ 29,50), de André Singer.


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