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Microsoft sabia que sistema móvel atual duraria pouco

BRUNO ROMANI
ENVIADO ESPECIAL A AMSTERDÃ

Com o anúncio do Windows Phone 8, ocorrido no último dia 20, a Microsoft mandou um aviso: o Windows Phone 7 foi um rascunho.

Claro, ninguém na empresa fala isso abertamente, mas, em conversa com a Folha, Greg Sullivan, gerente de produtos sênior de Windows Phone, deixou claro que a Microsoft mirava uma plataforma mais poderosa quando a empresa ainda trabalhava no seu atual sistema móvel.

"Quando lançamos o WP7, sabíamos que sua arquitetura não seria a nossa estratégia a longo prazo", disse. Ele se refere ao kernel, componente central da maioria dos sistemas operacionais, que mudará do Windows CE para o Windows NT.

Em bom português, o Windows Phone trocará de entranhas. Em comum, WP7 e WP8 terão apenas a interface. Serão dois sistemas diferentes, embora com a mesma cara.

Por conta disso, os atuais aparelhos serão incompatíveis com a nova versão, que deve chegar até o fim do ano.

O WP8, da maneira como foi concebido, é visto pela Microsoft como um dos pilares para o seu futuro. A companhia espera integrar a plataforma com PCs e tablets com Windows 8 e com o Xbox.

"Este não é um evento que ocorre sempre, mas ele nos prepara para o futuro. É uma mudança de geração", diz Sullivan. Mas por que isso já não foi feito no Windows Phone 7, que marcou o fim do malfadado Windows Mobile?

O executivo diz que se trata de uma questão de 'timing', pois, na época do seu desenvolvimento, o sistema não era compatível com os processadores da ARM. E a Microsoft não podia esperar.

Em 2010, o mercado móvel já estava nas mãos da Apple e do Google. A companhia precisava de uma resposta para tentar manter a relevância depois do fracasso do Windows Mobile.

E, se por um lado, ainda não deu frutos em termos de mercado, por outro o WP7 fez a fundação para o visual que influencia até o Windows 8.

APLICATIVOS

A aura de ensaio que teve o WP7 influenciou uma das fraquezas do sistema, o baixo número de aplicativos -cerca de 1/6 do número dos concorrentes Android e iOS.

"As pessoas estão começando a perceber por que não tínhamos apps de código nativo. Foi intencional. Não valia a pena incentivar uma plataforma que não ia durar", diz Sullivan.

Apps de código nativo são mais fáceis de serem levados a diferentes sistemas, o que torna o trabalho de quem os cria mais rápido e barato. O WP8 contará com isso.

Além disso, o novo Windows Phone será compatível com todos os apps criados para o antecessor. O contrário pode não ocorrer se o desenvolvedor focar só o WP8.

O jornalista BRUNO ROMANI viajou a convite da Microsoft.

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