São Paulo, quarta-feira, 28 de setembro de 2011

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Serviço funciona como 'facilitador', conta usuária

DE SÃO PAULO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA


Maria*, 28, administradora, começou a usar sites de traição por curiosidade.
Ela namora há três anos, mas não gosta "dessa hipocrisia de as pessoas acharem que todo mundo é fiel". "Acho que hoje tudo é mais simples: quando você descobre que seu namorado fez alguma coisa, você faz também, por vingancinha."
O relacionamento que ela tem com o namorado não é aberto. "Nem perto disso. Se ele souber, nunca mais olha na minha cara", diz. Mas isso não a impede de sair com outros homens por meio dos sites e "por fora também".
"Os sites funcionam como facilitador. É mais complicado quando você encontra alguém no bar, aí corre e risco de expor a outra pessoa. Nos sites, não. Quem está lá tem o mesmo motivo que você."
Maria diz não ter medo de sair com os homens que conhece pelos sites. Isso acontece porque ela costuma passar bastante tempo conversando, trocando fotos, antes de decidir por um encontro.
"Na primeira vez, marquei um almoço em horário comercial, em um lugar conhecido. Não tive problemas."
"Não acredito na fidelidade, e hoje em dia todo mundo é igual. Se homens podem, mulheres podem também", afirma. "Já descobri traição do meu namorado. Ele nunca descobriu uma minha. Mulheres fazem muito melhor."

NAMORADA NÃO TOPA
Roberto*, 22, estudante de ciência da computação, namora há um ano e meio e usa sites de traição desde agosto.
"Minha namorada tem preconceito. Respeito, mas quero conhecer outras pessoas."
Segundo Roberto, sua namorada estranharia um encontro a três. "Sempre vi isso com olhos muito naturais, mas sei que a sociedade não enxerga dessa forma."
Morador de São Paulo, ele já conheceu mulheres de Porto Alegre, Maringá e Natal, mas só cogita marcar um encontro real com outras duas, de São Bernardo e Guaratinguetá, cidades mais próximas.
"Por ter um relacionamento, são muitas as desculpas que tenho que dar para viajar de avião e sumir por um fim de semana. Se for numa cidade próxima, posso falar que estou indo trabalhar." (RC E DA)

* Nomes fictícios



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