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PRODUTIVIDADE
Conceitos como organização e trabalho em equipe fazem rendimento da empresa crescer até 20%
Qualidade seduz microempresários
ADRIANA SOUZA SILVA
free-lance para a Folha
VINÍCIUS PRECIOSO
da Reportagem Local
Não é de hoje que a busca pela
qualidade total está na pauta de
qualquer planejamento empresarial que visa mais competitividade.
O fato é que, na atual conjuntura
econômica, com retração no consumo, investir em certificados como os da série ISO 9000 pode ser
um grande sacrifício para o caixa
das micro e pequenas empresas.
Porém os resultados prometidos
num investimento desse tipo são
tentadores: redução de pelo menos
10% nos custos e aumento de 20%
na produtividade.
A despesa mensal com a implantação de um programa de qualidade para um negócio com 30 funcionários gira em torno de R$ 800. Por
esse valor, pago durante cerca de
dez meses, a empresa aprenderá
conceitos como organização, produtividade e trabalho em equipe.
A esse custo, soma-se o preço cobrado pelas empresas que emitem
o certificado, as certificadoras. Esse valor pode variar entre R$ 4.000
e R$ 15 mil, para pequenas empresas, e pode chegar a R$ 150 mil, para as grandes, dependendo do número de auditores que farão a visita para avaliar a empresa.
Sem saída
"Mesmo considerando a realidade econômica, as pequenas empresas não têm outra saída. Ou investem ou morrem", diz Eurico Marchon, diretor da UBQ (União Brasileira da Qualidade).
Segundo a mais recente pesquisa
da entidade, cerca de 70% das pequenas e médias empresas da região Sudeste do país não utilizam
programas de qualidade.
Das que possuem um projeto
nessa área, apenas 4% colocam todos os conceitos em prática, 6%
praticam parcialmente o que
aprendem e 10% pouco utilizam os
conselhos dos consultores.
O restante dos entrevistados ainda está com os programas em fase
de implantação.
"A maioria dos fracassos nessa
área surge pela falta de estímulo
dos próprios donos das empresas", explica Marchon.
Outra dificuldade encontrada
pelas pequenas empresas que buscam programas de qualidade está
nas fórmulas impostas por algumas consultorias.
É comum a esses empreendedores encontrar siglas como a dos 5
W's (as iniciais, em inglês, das perguntas: o que, por que, quem, onde
e quando) e dos 2 H's (como e
quanto vai custar).
Nessa lista, pode ser incluído a 5
S's -das iniciais, em japonês, dos
termos: utilização, organização,
limpeza, padronização e autodisciplina. Por fim, há também o ciclo
PDCA (em inglês: planejar, fazer,
checar e agir).
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