São Paulo, Domingo, 11 de Abril de 1999
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Brasil já pode licenciar obras de arte

ROSANGELA DE MOURA
free-lance para a Folha

Fabricar produtos que estampem obras de artistas plásticos e pintores clássicos e contemporâneos é a mais nova frente de negócios na área de licenciamentos.
Um acordo entre a Planet Licensing (empresa brasileira de licenciamento) e o Museum Master International, de Nova York (que detém os direitos exclusivos e mundiais sobre obras de mestres da pintura), vai permitir o acesso a obras mundialmente famosas.
Confira alguns notáveis: Andy Warhol (1928-1987), Botticelli (1445-1510), Dali (1904-1989), Da Vinci (1452-1519), Michelangelo (1475-1564), Miró (1893-1983), Monet (1840-1926), Picasso (1881-1973), Raphael (1483-1520), Renoir (1841-1919) e Van Gogh (1853-1890), entre outros.
Na prática, os pequenos empresários podem usar as obras de múltiplas formas: em brinquedos, cadernos, cosméticos, peças de vestuário, utensílios domésticos etc.
Atualmente, os principais ramos que trabalham com produtos licenciados no Brasil são os de alimentação, artigos escolares, artigos para festas, brinquedos, calçados, confecção e editorial.

Uso livre
A Planet Licensing possui, no mínimo, cinco obras de cada um dos artistas. O uso das criações é livre: pode-se utilizar reproduções coloridas, preto-e-branco, parte das obras ou até mesmo "brincar" com os tons de determinada tela.
"Como o estilo dos artistas é diversificado, a escolha será definida por sensações como alegria, silêncio, sonho, humor e liberdade", analisa Cláudia Bellezi de Oliveira, diretora da Planet Licensing.

Royalties
Pelas regras do licenciamento, o empresário irá pagar royalties sobre a venda de produtos que contenham a logomarca de uma determinada obra ou personagem.
Os royalties são um percentual, estabelecido em contrato, a ser pago sobre o montante das vendas.
Os da licenciadora variam de 4% a 12%, dependendo do tipo de produto a ser fabricado.
Alimentos têm porcentagem menor porque vendem em grandes quantidades. A Planet Licensing cobra adiantamento de 20% sobre a projeção mínima de vendas.
A licenciadora estima fechar contratos no primeiro ano com até 50 empresas, que devem produzir, em média, cem diferentes produtos. As estimativas de arrecadação no primeiro ano, com a venda de produtos no varejo, giram em torno de US$ 1,5 milhão.

Arte norte-americana
O artista plástico norte-americano Gregory Gallo confiou à empresa brasileira de licenciamento Brother's Toys o direito de negociar parte de suas telas em produtos licenciados.
As séries ""Mistical Line", ""Safari" e ""Naturity", voltadas ao final do milênio, à fauna e à flora, foram as autorizadas pelo artista, que já teve seus quadros expostos em Nova York, Milão e Tóquio.
Segundo Francisco Ponzio, diretor da Brother's Toys, os royalties cobrados sobre o volume de venda no atacado variam de 4% a 8%.
"O licenciamento é uma forma de as pessoas terem mais contato no dia-a-dia com obras de arte", analisa Gallo.
A empresa vai orientar os licenciados na criação do produto e da embalagem, na estratégia de marketing e na distribuição.

Brother's Toys: (011) 247-3666; Planet Licensing (011) 573-4976.


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