São Paulo, domingo, 12 de maio de 2002


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Especialistas avaliam opções em dez áreas e dizem o que está em alta e em baixa para iniciar uma nova atividade

50 investimentos radiografados

BRUNA MARTINS FONTES
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Mesmo que não faltem a vontade de iniciar um negócio próprio e o capital necessário, muitos empreendedores ficam indecisos na hora de escolher uma área de atuação lucrativa e promissora.
Alguns se deixam levar por opções que estão na moda no momento. Outros escolhem áreas que acreditam ser mais tradicionais e, teoricamente, seguras.
Mas nem sempre um setor consolidado é sinônimo de sucesso. E uma boa idéia pode render lucros mesmo em áreas que parecem estagnadas ou muito concorridas.
Assim pensam os cinco especialistas em pequenas e médias empresas que, a pedido da Folha, analisaram 50 tipos de negócio em dez áreas de atuação (veja os comentários na tabela ao lado).
Apesar de sensível a crises econômicas, o setor de artes e design pode ser boa opção, com a valorização do estilo e da qualidade de vida, diz Gustavo Azevedo, consultor de marketing do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).

Novos nichos
Quando se trata de educação, Tales Andreassi, professor de empreendedorismo da Escola de Administração de São Paulo (Eaesp), ligada à Fundação Getúlio Vargas (FGV), vê em alta os cursos profissionalizantes e os nichos específicos, como o de programas preparatórios para escolas de MBA.
"Também há potencial de crescimento para quem se diferenciar pelo profissionalismo no setor de esportes", diz Marcelo Cherto, presidente do Grupo Cherto, que destaca o nicho infantil.
Para os "antenados" com a tecnologia, Paulo Ancona Lopez, diretor da Vecchi & Ancona Consulting sugere a área de informática. "Há novas opções, e o investimento inicial não é grande", diz.
Outros setores continuam indo bem, como alimentação, serviços, informática, turismo e saúde e beleza. Do amplo leque de opções em serviços, Andreassi destaca o investimento em lazer ou em terceirização de mão-de-obra.
A tradicional área de alimentação pode ser concorrida, mas, para Cherto, ainda há espaço para inovações, especialmente nos serviços. "Um negócio nessa área exige experiência no ramo e boa capacidade gerencial", comenta.
Diferenciação também é a arma recomendada por Jaime Jimenez, sócio-diretor da Sher Marketing, para quem está de olho em um espaço no mercado de beleza.
"Algumas opções são agregar profissionais especializados em endocrinologia ou em técnicas orientais, ou agradar também a públicos diferentes, como o masculino e o da terceira idade."

Incertezas
Mas, mesmo nos setores considerados "em alta", é preciso ficar atento para não comprometer o investimento em segmentos muito competitivos ou já saturados.
Algumas iniciativas podem ser um tanto arriscadas, como um bar ou um restaurante. "São geralmente escolhidos por empreendedores de primeira viagem", opina Andreassi. "É baixa a probabilidade de obter sucesso."
Outro setor apontado como "incerto" para quem não possui experiência é o de fabricação ou venda de roupas no atacado.
Na opinião de Ancona, para entrar na área, é preciso ter uma logística de produção e de distribuição bem elaborada. "O mercado se fecha em torno de grandes marcas, é difícil se estabelecer."
Azevedo afirma que o mercado no setor infantil tende a encolher a médio prazo. Para ele, as empresas que privilegiarem a qualidade terão mais futuro do que as que investirem na massificação.



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