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Análise

Com miséria para todos os lados, indianos estão despertando

RAUL JUSTE LORES
EDITOR DE “MERCADO”

Se o maior apelo dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) é o enorme potencial ainda inexplorado, a Índia é o país mais atraente desse grupo.

Setenta e dois por cento da população ainda é rural, 63% é analfabeta e a economia, absolutamente fechada até 1991, continua sendo fortificada ao mundo exterior. Tente achar um McDonald's, um Starbucks ou um Carrefour em Nova Déli ou Mumbai e você verá o quanto o país ainda ignora a globalização.

Justamente por isso, as multinacionais salivam por um mercado quase virgem de 1,2 bilhão de habitantes.

Tudo está por fazer: ruas sem asfalto ou calçada, ausência de iluminação pública e saneamento básico são a norma nas grandes cidades. Apenas 11% das pessoas acessam a internet. A estatística oficial coloca 25% da população abaixo da linha da pobreza, mas, até comparado aos demais Brics, o país tem miséria por todos os lados.

O governo tenta abrir o setor de varejo para multinacionais, mas os milhares de mercadinhos e quitandas locais gritam contra. Os investimentos estrangeiros são tímidos, apesar do potencial.

Mas, até por uma competição milenar com a China, os indianos estão despertando (há 30 anos, os dois países tinham a mesma renda per capita, hoje a renda chinesa é três vezes a indiana).

Um majestoso aeroporto, o sexto maior do mundo, foi construído em Déli em três anos. Já o metrô, desenvolvido por chineses, é um dos que mais crescem. Num país onde a maior parte da população não tinha um único documento próprio, um sofisticado sistema biométrico de identificação já censou 200 milhões de indianos em um ano (e deve facilitar a distribuição de benefícios sociais).

Na tecnologia, a Índia acabou se beneficiando da estagnação da economia norte-americana. Há três décadas, 80% dos formados nos Institutos Indianos de Tecnologia, os 11 ITAs locais, imigravam para os EUA; o número caiu para 16% em 2010. Muitos indianos que fizeram fortuna nos EUA agora voltam para aproveitar a economia com taxa de crescimento médio de 7% ao ano desde 1997.

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