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Museus e edifícios antigos guiam tour por Montevidéu

Capital uruguaia preserva tranquilidade do dia a dia no país, cujos índices sociais são de fazer inveja ao Brasil

Praias fluviais do rio da Prata são atrativos no verão; Cidade Velha concentra patrimônio histórico da metrópole

DO ENVIADO À ARGENTINA E AO URUGUAI

Conhecer o Uruguai pode ser uma experiência surpreendente ao viajante brasileiro. O país, que já foi colônia ibérica, chamou-se Cisplatina e integrou o território brasileiro no começo do século 19, possui, além de belezas naturais, um rico patrimônio cultural e uma realidade social de fazer inveja ao Brasil.

Segundo dados oficiais, 98% da população uruguaia acima de 15 anos é alfabetizada, a expectativa de vida é de 77 anos e o país ocupa a 48ª posição no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano da ONU) -o Brasil está na 84ª.

Ao chegar à capital uruguaia, percebe-se prontamente que a grande cidade cria um ritmo novo para um país de vida tranquila. Mas a tranquilidade, mesmo em Montevidéu ou na badalada Punta del Este, continua a fazer parte da vida uruguaia.

Sede administrativa do Mercosul, Montevidéu é rica em história e arte (com vários museus), ramblas (calçadões que seguem a orla) e praias banhadas pelo "mar doce" do rio da Prata.

A Cidade Velha abriga grande parte do patrimônio histórico local, além do porto e do seu tradicional mercado. O turista começa a descobrir essa parte da cidade na antiga porta que lhe dava acesso, de 1780.

Na praça da Independência, centro político uruguaio, está não só a antiga porta para a Cidade Velha, mas também o palácio Salvo (de 1928), a estátua em homenagem ao herói nacional José Artigas, o museu da Casa do Governo (que conta a história política uruguaia desde a independência, em 1811) e o moderno prédio da Presidência da República. Perto da praça, o Teatro Solís (www.teatrosolis.org.uy), de 1856, pode ser conhecido por meio de visitas guiadas (também em português, a 50 pesos uruguaios, cerca de R$ 4,5).

GRANDES PINTORES

Dois museus de Montevidéu, ambos na Cidade Velha, esquadrinham obra e estilo de dois dos mais importantes pintores uruguaios: Pedro Figari (1861-1938) e Joaquín Torres-García (1874-1949).

Inaugurado em fevereiro de 2010, o Museu Figari (www.museofigari.gub.uy; entrada gratuita) homenageia o artista que somente aos 60 anos de idade decidiu dedicar-se plenamente à pintura, após décadas atuando como jurista e político.

Em 1921, Figari transferiu-se a Buenos Aires e, depois, a Paris, onde travou contato com os movimentos de vanguarda franceses. Ele regressou a Montevidéu em 1933. Seu trabalho como pintor está focado, entre outros temas, na representação de aspectos da cultura afro-uruguaia.

O Museu Torres-García (www.torresgarcia.org.uy; entrada por 60 pesos uruguaios, ou R$ 5,50) é dedicado ao um dos expoentes da vanguarda construtivista na América do Sul.

Pintor e teórico, Joaquín Torres-García viveu entre o Uruguai, a Europa e os EUA, e seu trabalho, voltado para temas geométricos e urbanos (que inclui uma série sobre Nova York) influenciaram artistas uruguaios contemporâneos, como Federico Mendéz.

MATE, FUTEBOL E PRAIAS

Tomar mate é mais que um hábito, é uma característica marcante da identidade nacional. É comum ver pessoas com a cuia onde se deposita a erva, a "bombilla" e a garrafa térmica nas "ramblas" ou na porta de casa.

Campeã do mundo em 1930 e em 1950, a Celeste (seleção uruguaia) tem sua memória preservada no Museu do Futebol, localizado no estádio Centenário (estadiocentenario.com.uy).

Além de camisas de jogadores uruguaios que disputaram a Copa do Mundo de 1930 (para a qual o estádio foi construído), o museu guarda uma surpresa para os visitantes brasileiros: as camisas que Pelé e Vavá usaram na Copa de 1958, na Suécia, a primeira em que o Brasil tornou-se campeão do mundo.

Quanto às praias, no verão a orla de Montevidéu está sempre cheia de banhistas, seja na praia de Ramirez (de onde se vê a sede administrativa do Mercosul).

Outra opção é a praia de Pocitos, onde o poeta Vinicius de Moraes viveu quando trabalhou na Embaixada do Brasil no Uruguai:"...também eu deixava-me estar no terraço de meu apartamento, um dos mais altos de Pocitos", escreveu o autor de "Orfeu da Conceição".

(EUCLIDES SANTOS MENDES)

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