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PANORAMA GAÚCHO
Passeio realizado em Torres escancara beleza das falésias da praia do RS
Vôo de balão é aventura "light"
CHIAKI KAREN TADA
ENVIADA ESPECIAL AO RS
Às sete da manhã, em um descampado de Torres, no litoral
norte do Rio Grande do Sul, o balonista Eduardo de Melo, 33, lança ao ar duas bexigas, dessas de
festa de aniversário, enchidas
com gás hélio, para observar como elas sobem e, assim, ver como
está o vento. Em seguida, avisa a
equipe para que comece a encher
o balão, transportado até o local
em um veículo tipo Saveiro.
O processo dura poucos minutos. Depois disso, o passeio, a 220
m de altitude, termina na praia,
onde a equipe de resgate aguarda
para o apoio. "Torres deve ser um
dos lugares mais bonitos do país
para voar de balão", diz Melo.
A ascensão é sem trancos nem
barrancos; mal se percebe que o
meio de transporte deixou o chão.
Quem sobe na cesta de vime
pendurada no envelope, como é
chamada a parte do balão que retém o ar quente -e que é a parte
mais bonita do conjunto-, vislumbra ao norte as curvas do rio
Mampituba, na divisa com Santa
Catarina, as dunas de areia ao sul,
as paredes da serra gaúcha a oeste
e, a leste, as praias com as torres,
falésias que batizam a cidade.
Não é à toa que o município ostenta a fama de ser a praia mais
bonita do Rio Grande do Sul e
ainda é sede de um festival anual
de balonismo, que ocorre em abril
ou maio, sempre englobando algum feriado -e que enche o céu
de pontos coloridos. Neste ano, a
14ª edição da festa aconteceu em
maio e reuniu 28 equipes, sendo
que sete delas eram de outros países. Abrigou ainda a 1ª Copa Mercosul de Balonismo.
O balão fez seu vôo inaugural
oficial na França em 1783. Era feito de tecido e papel (leia nesta
pág.). Os atuais são de material
antiinflamável, como o náilon.
O aparelho sobe por causa do ar
quente, produzido pelo maçarico
que queima gás propano, que é
mais leve em relação ao ar externo
e faz o balão subir. Por isso os
vôos acontecem de manhã ou no
final da tarde.
Neste inverno, aproveite os dias
mais claros e frios, que ajudam o
balão a subir, para experimentar o
vôo (veja quem faz passeios no
quadro ao lado).
O passeio depende totalmente
do vento e da habilidade do balonista em encontrar a melhor corrente de ar para voar. Mas não é
possível determinar o ponto exato
do pouso. Devido a esse desafio,
apesar da aparente tranquilidade,
o balonismo não deixa de ser uma
grande aventura e um desafio.
"Já levei pilotos de caça que não
se sentiram à vontade [por causa
da falta de controle de direção"",
diz Melo, um ex-engenheiro mecânico aficionado pela atividade,
hoje dono da Strategie Balonismo, que até se casou dentro de
um balão semi-inflado. Mas ele
garante que o vôo é seguro. "A
pior coisa é não poder sair do
chão." Chuva e ventos fortes cancelam qualquer passeio.
Lá no alto, o único som que interfere um pouco no clima de paz
é o do gás queimando quando o
piloto decide subir mais. "Há
duas coisas que mais marcam no
balonismo: ver o quanto se é pequeno em relação a tudo, e poder
esvaziar a cabeça."
O passeio em Torres pode começar tanto do descampado, o
Parque Municipal de Eventos, rumo à praia, ou da praia para o
campo, dependendo da direção
do vento. Do alto, qualquer ângulo é garantia de uma vista inesquecível desse pedaço gaúcho do
litoral brasileiro.
Chiaki Karen Tada viajou a convite da
Prefeitura de Torres, da Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer do Rio Grande do
Sul, da Porto Alegre Turismo e da TAM
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