São Paulo, segunda-feira, 01 de julho de 2002

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PANORAMA GAÚCHO

Passeio realizado em Torres escancara beleza das falésias da praia do RS

Vôo de balão é aventura "light"

CHIAKI KAREN TADA
ENVIADA ESPECIAL AO RS

Às sete da manhã, em um descampado de Torres, no litoral norte do Rio Grande do Sul, o balonista Eduardo de Melo, 33, lança ao ar duas bexigas, dessas de festa de aniversário, enchidas com gás hélio, para observar como elas sobem e, assim, ver como está o vento. Em seguida, avisa a equipe para que comece a encher o balão, transportado até o local em um veículo tipo Saveiro.
O processo dura poucos minutos. Depois disso, o passeio, a 220 m de altitude, termina na praia, onde a equipe de resgate aguarda para o apoio. "Torres deve ser um dos lugares mais bonitos do país para voar de balão", diz Melo.
A ascensão é sem trancos nem barrancos; mal se percebe que o meio de transporte deixou o chão.
Quem sobe na cesta de vime pendurada no envelope, como é chamada a parte do balão que retém o ar quente -e que é a parte mais bonita do conjunto-, vislumbra ao norte as curvas do rio Mampituba, na divisa com Santa Catarina, as dunas de areia ao sul, as paredes da serra gaúcha a oeste e, a leste, as praias com as torres, falésias que batizam a cidade.
Não é à toa que o município ostenta a fama de ser a praia mais bonita do Rio Grande do Sul e ainda é sede de um festival anual de balonismo, que ocorre em abril ou maio, sempre englobando algum feriado -e que enche o céu de pontos coloridos. Neste ano, a 14ª edição da festa aconteceu em maio e reuniu 28 equipes, sendo que sete delas eram de outros países. Abrigou ainda a 1ª Copa Mercosul de Balonismo.
O balão fez seu vôo inaugural oficial na França em 1783. Era feito de tecido e papel (leia nesta pág.). Os atuais são de material antiinflamável, como o náilon.
O aparelho sobe por causa do ar quente, produzido pelo maçarico que queima gás propano, que é mais leve em relação ao ar externo e faz o balão subir. Por isso os vôos acontecem de manhã ou no final da tarde.
Neste inverno, aproveite os dias mais claros e frios, que ajudam o balão a subir, para experimentar o vôo (veja quem faz passeios no quadro ao lado).
O passeio depende totalmente do vento e da habilidade do balonista em encontrar a melhor corrente de ar para voar. Mas não é possível determinar o ponto exato do pouso. Devido a esse desafio, apesar da aparente tranquilidade, o balonismo não deixa de ser uma grande aventura e um desafio.
"Já levei pilotos de caça que não se sentiram à vontade [por causa da falta de controle de direção"", diz Melo, um ex-engenheiro mecânico aficionado pela atividade, hoje dono da Strategie Balonismo, que até se casou dentro de um balão semi-inflado. Mas ele garante que o vôo é seguro. "A pior coisa é não poder sair do chão." Chuva e ventos fortes cancelam qualquer passeio.
Lá no alto, o único som que interfere um pouco no clima de paz é o do gás queimando quando o piloto decide subir mais. "Há duas coisas que mais marcam no balonismo: ver o quanto se é pequeno em relação a tudo, e poder esvaziar a cabeça."
O passeio em Torres pode começar tanto do descampado, o Parque Municipal de Eventos, rumo à praia, ou da praia para o campo, dependendo da direção do vento. Do alto, qualquer ângulo é garantia de uma vista inesquecível desse pedaço gaúcho do litoral brasileiro.


Chiaki Karen Tada viajou a convite da Prefeitura de Torres, da Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer do Rio Grande do Sul, da Porto Alegre Turismo e da TAM


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