DA ENVIADA ESPECIAL AO RS

Porto Alegre começa no Guaíba e vai subindo o morro até a praça da Matriz (Marechal Deodoro), um dos pontos mais históricos da cidade, onde ficam a catedral metropolitana e os prédios dos três Poderes. A praça era um ponto estratégico para ver os barcos chegando à cidade -antes de ela ser tomada pelas construções atuais, que encobrem a visão. Hoje é ponto estratégico para um dos dois passeios históricos oferecidos gratuitamente pelo escritório de turismo da capital.
Crianças brincam em um parquinho com balanços montados na praça, perto do monumento a Júlio de Castilhos, herói da Revolução Federalista (1893-95).
Uma volta por esse canto histórico de Porto Alegre passa também pelo prédio neoclássico do Theatro São Pedro (1858), onde ainda hoje acontecem eventos culturais, em um ambiente que conta com restaurante, bar e um lustre de 600 kg com 90 lâmpadas e 35 mil peças de cristal.

Arte e memória
Descendo da praça por ruas antigas onde se enfileiram prédios em arte nouveau do início do século 20 -que abrigam comércios e bancos-, chega-se à praça da Alfândega, que tem instituições voltadas para a preservação da memória e da arte do Estado.
Uma delas é o Memorial do Rio Grande do Sul (www.memorial.rs.gov.br), instalado em um prédio da década de 10 que foi por 70 anos sede dos Correios e Telégrafos. O memorial acaba de completar dois anos de atividades.
Interessante é a seção Coluna Personagem, que traz 14 pilares, cada um dedicado a uma personalidade famosa do Estado. Seja na coluna de Elis Regina, na do jogador Tesourinha ou na do artista Iberê Camargo, um computador, gavetas e painéis contam a vida e a obra desses ilustres gaúchos.
No piso inferior da construção, painéis explicativos do Fórum Social Mundial dominam o espaço, numa cidade que se orgulha de ser sede desse encontro, que terá a sua terceira edição em 2003.
Outro prédio, o da antiga Delegacia Fiscal, erguido em 1913, reúne o acervo do Museu de Arte do Rio Grande do Sul, o Margs (margs.terra.com.br). Tem mais de 2.700 obras de artistas nacionais e internacionais e um dos objetivos é mostrar os movimentos artísticos ocorridos na região desde o século 19.
Não longe dessa praça, o Mercado Público Central mantém os tradicionais boxes de verduras, legumes e carnes, mas a presença de mezanino com área de alimentação e escadas rolantes faz o lugar parecer uma mistura de mercadinho com shopping center.
No mercado fica o restaurante Gambrinus, que existe há mais de cem anos e é um dos pontos tradicionais da cidade. Os pratos à base de peixe são os mais consumidos.
(CHIAKI KAREN TADA)