DA ENVIADA ESPECIAL A MONTE SIÃO (MG)

O rei da porcelana de Monte Sião é também o "mecenas" das famosas malhas da cidade. Foi Toninho da Fábrica, alcunha de Antônio Daldosso, 75, que indiretamente ajudou a malharia a tomar as proporções de hoje.
Em 1964, um ano depois de comprar a fábrica, Daldosso começou a trazer os primeiros turistas à cidade mineira. "Dava gorjeta para os motoristas de Águas de Lindóia para virem aqui", conta. Além disso, colocava painéis nas estradas de Bragança Paulista e de Mogi-Mirim até Monte Sião para que os turistas dessem uma passadinha por ali.
O movimento em frente à fábrica de porcelana ia aumentando, e as mulheres aproveitavam para fazer crochê na porta. "Hoje Monte Sião tem mais de 2.000 máquinas de malha."
Discreto como a própria fábrica, que fica atrás da igreja do Rosário, Daldosso, natural de Pedreira, outra cidade ligada à porcelana, mostra as máquinas e o forno a lenha projetados por ele. "Sei fazer tudo. Sou carpinteiro, pedreiro, funileiro e eletricista."
Orgulha-se também de ter funcionários trabalhando há dezenas de anos na fábrica, fundada em 1959 e comprada por ele em 1963. "Há quantos anos você está com a gente?", pergunta a João Pereira Lima. "Quarenta anos", responde Lima, 60. A indagação é repetida a Camilo Marques, Carlos Roberto, Verônica Cândido, Paulo Guerra e outros que estão ali há mais de dez anos. (MARGARETE MAGALHÃES)

Porcelana Monte Sião - r. 7 de Setembro, 436; tel.: 0/xx/35/3465-1117; www.porcelanamontesiao.com.br. A fábrica fica aberta à visitação de seg. a sex., das 7h às 16h45; e a loja, de seg. a sex., das 7h às 17h45; aos sáb., das 8h às 18h; e aos dom., das 8h às 12h30.

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