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Sotaques se dividem em cinco
free-lance para a Folha
Os bois do Maranhão dividem-se
em cinco sotaques principais: matraca, zabumba, orquestra, pindaré e cururupu.
Os bois de matraca são característicos da ilha de São Luís. Os instrumentos usados são as matracas.
Acompanham os pandeirões. Nesse sotaque, destacam-se os bois
Maioba, Madre-Deus, Caratatiua,
Turu, Maracanã e Iguaíba.
Talvez os bois de matraca sejam
os que mais eletrizem o público.
Entre 200 e 500 matracas são batidas umas nas outras pelos componentes do boi e pelo público, produzindo um som estridente, que
segue um ritmo de toada.
Carlos Lima, presidente da Associação do Folclore do Maranhão,
compara o entusiasmo provocado
pelas matracas à "frevura" (fervura) do frevo pernambucano.
De forte influência africana, os
bois de zabumba têm um som emitido por tantãs -tambores grandes, de percussão rústica e com ritmo mais lento. Lembra a tristeza
das senzalas.
Therezinha de Jesus Jansen Pereira, do boi da Fé em Deus, diz
que o sotaque de zabumba é a raiz
do folguedo. Seu grupo, um boi de
zabumba, leva para a rua 13 instrumentos, entre tambor-onça, pandeirinhos e maracás.
Mais recente, o boi de orquestra
conta com um ritmo alegre e suave, produzido por instrumentos
de corda e sopro. Um dos bois de
orquestra mais conhecidos, o de
Axixá, teve uma de suas toadas incorporadas a shows de Gal Costa.
No sotaque de Pindaré, da Baixada Maranhense, os bois se apresentam com guarda-roupa exuberante. Os bois de Pindaré também
utilizam matracas e pandeirões,
menores que os de São Luís.
Nem sempre citado pelos pesquisadores entre os de maior destaque, o sotaque de cururupu foi
adotado por grupos do interior do
Estado. Nesse boi, os componentes tocam pandeiros com as costas
das mãos.
(JAG)
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