São Paulo, segunda-feira, 02 de agosto de 2004

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GRÉCIA

Preços altos, greves no setor hoteleiro e temor de atentados atrapalham desempenho turístico durante os jogos

Atenas vive queda no turismo apesar da Olimpíada

DA REDAÇÃO

Apesar de a Olimpíada ser um evento associado ao crescimento do turismo no país que a abriga, a Grécia está a caminho de uma temporada decepcionante, segundo a associação grega de empresas de turismo.
O país enfrenta problemas de segurança, há hotéis cobrando diárias altas e funcionários da rede hoteleira em greve.
Representantes do governo chamaram a atenção para dois fatores que têm afastado os turistas: o aumento abusivo dos preços e a imagem da Grécia como um destino tradicionalmente caro.
Hotéis da capital setuplicaram preços para faturar. Os altos preços podem difamar o turismo no país, uma vez que a Grécia corre o risco de ficar estigmatizada como destino supercaro.
No primeiro semestre deste ano, o número de turistas na Grécia foi considerado baixo. A queda anual pode chegar a 8% em relação a 2003, quando o país recebeu 14 milhões de visitantes.
Estima-se que a redução de turistas represente 20 mil empregos a menos, perdas de cerca de 800 milhões e uma queda de 0,7% no crescimento do PIB (Produto Interno Bruto). O turismo responde por 18% do PIB grego, e o plano do governo prevê que o setor seja responsável por de 35% a 40% do PIB até 2010.
Para piorar a situação, o país vive sob a iminência de greve dos trabalhadores de hotéis. Os funcionários do ramo hoteleiro de Atenas planejam uma greve nesta quarta-feira e ameaçam fazer paralisações durante os jogos, se as demandas por bônus ou aumentos salariais não forem atendidas. Médicos e funcionários do transporte público também fizeram paralisações para pedir um extra.
No começo de julho, os empregados de hotéis de Atenas cruzaram os braços por 24 horas. Os donos de hotéis, porém, dizem que a greve só afeta hotéis de luxo.
Como se não bastasse essa lista de problemas, a Grécia ainda é questionada quanto à segurança durante os jogos. A apreensão é gerada por essa ser a primeira Olimpíada pós-11 de Setembro.
A principal discussão é sobre a participação de forças de outros países para garantir a segurança dos atletas. O assunto voltou à tona depois de uma matéria publicada no "New York Times" afirmando que Atenas faria vista grossa para guardas estrangeiros armados.
"Não haverá Exército internacional nas ruas, não haverá Exército americano, Exército francês, nada", disse Georges Voulgarakis, ministro da Ordem Pública.
A Grécia, membro da Otan (aliança militar ocidental), pediu ajuda à aliança para combater um eventual ataque e para auxiliar nas patrulhas aérea e marítima.
O esquema de segurança dos jogos gregos é o mais caro da história das Olimpíadas, com investimentos de cerca de 10 bilhões.
O país recusou pedidos de países como EUA, Austrália e Israel, que queriam levar tropas para os jogos. A exceção para a presença de guarda internacional armada diz respeito a chefes de Estado.
"Líderes de países têm protocolos específicos não relacionados à Olimpíada", disse Voulgarakis.
Para completar, um Zeppelin que integra o sistema de segurança tornou-se mais um problema. A decolagem do dirigível falhou duas vezes. Mas, agora ele sobrevoa a cidade cheio de aparatos de transmissão de dados.


Com agências internacionais

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