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CUIDADOS DE VIAJANTE
Para embarcar animal doméstico, dono precisa de documentos que provem a saúde do amigo
Viagem sai cara para bicho de estimação
KARINA KLINGER
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Quando chegam as férias e feriados longos, como o do Carnaval, paira uma dúvida cruel para
quem tem bicho de estimação: o
que fazer com ele. Deixar no hotel, convencer alguém a cuidar dele durante a viagem ou levá-lo?
Se a dor ao se separar do totó ou
do bichano for realmente insuportável, há medidas a serem tomadas com antecedência. Tenha
em mente que, além de a viagem
do seu mascote não sair de graça,
principalmente se o destino for algum dos países membros da
União Européia, ela ainda envolve
uma certa burocracia.
Além dos documentos exigidos,
que atestam a saúde do animal, é
importante informar-se sobre as
leis que regulam a entrada do animal no país de destino. É mais fácil embarcar o bichinho para alguns lugares do que outros.
Se o destino é nacional, o animal
só embarca com a GTA (guia de
trânsito animal), documento
emitido pela Secretaria de Agricultura de cada Estado ou por um
médico veterinário credenciado
pelo órgão.
Se o proprietário dirigir-se a
uma das delegacias regionais da
instituição, o documento sai de
graça. Em um veterinário particular, o preço varia de R$ 20 a R$ 40.
Para obter o documento é preciso apresentar a carteira de vacinação do animal, mostrando que ele
recebeu a anti-rábica com no mínimo 30 dias de antecedência, período necessário para a criação de
anticorpos suficientes, e um atestado médico feito pelo veterinário
responsável pelo animal três dias
antes.
Vale lembrar que a GTA também é exigida em viagens rodoviárias.
Quem viaja para o exterior, dever ter o CZI (Certificado Zoossanitário Internacional), documento emitido pelo Ministério da
Agricultura, que costuma ser feito
no aeroporto ou na sede do ministério de cada Estado.
A validade é de dez dias. São exigidos atestado de saúde emitido
três dias antes, carteira de vacinação e preenchimento de uma
guia, com valor de R$ 7,49, a ser
pago na Nossa Caixa.
Há cerca de dois meses, houve
mudanças na aprovação do CZI
para quem segue rumo à União
Européia. Antes de obter esse tipo
de documentação, o proprietário
precisa realizar exames de sangue
no animal, feitos apenas em laboratórios credenciados pelos países
membros.
O problema é que um exame
desse tipo chega a custar 500,
que são pagos pelo proprietário
do animal. E mais, eles levam
tempo: em média, três meses.
"O turista que viaja para a Europa deve se apressar. Tenho hoje
alguns animais no meu consultório esperando pelo exame para ir
ao encontro dos seus donos na
Europa. Um absurdo. Ninguém
pode reter um cão desse modo",
argumenta o médico veterinário
Marcelo Bauer.
Se não bastasse, qualquer animal que embarcar para o exterior
deve estar "microchipado". Dessa
forma, ele é cadastrado e seu nome reconhecido por um programa de computador, que, aliás,
também indica as vacinações. Um
aparelho desses chega a custar R$
60 e é sempre colocado por um
veterinário.
Na cabine?
A política de transporte de animais difere de uma companhia
aérea para outra, mas, na maioria
delas, o bicho não pode viajar ao
lado do passageiro.
Em viagens nacionais pela
TAM, por exemplo, o animal é
despachado com a bagagem. Como em todas as outras companhias, os proprietários precisam,
antes de tudo, comprar uma caixinha de acomodação, vendida
em qualquer pet shop.
Na hora da reserva, é necessário
informar a raça do cão, o peso e o
tamanho da caixa transportadora. Tais dados são analisados e, 48
horas depois, o cliente recebe
uma ligação da empresa confirmando se o animal foi ou não
aprovado. A recusa pode acontecer quando houver uma lotação
de animais naquele vôo.
Na Air France, animais com até
5 kg podem viajar na cabine, mas
sempre alojados na caixa de
transporte. Quase todas as companhias aéreas cobram taxas de
embarque para o bicho. Na empresa francesa, animais pagam
US$ 240. Na TAM, a taxa custa R$
90 mais 1% da tarifa por quilo em
excesso -peso do animal e a caixa. Confira ao lado documentos e
valores cobrados pelas companhias nacionais.
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