São Paulo, quinta-feira, 03 de fevereiro de 2005

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CUIDADOS DE VIAJANTE

Para embarcar animal doméstico, dono precisa de documentos que provem a saúde do amigo

Viagem sai cara para bicho de estimação

KARINA KLINGER
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Quando chegam as férias e feriados longos, como o do Carnaval, paira uma dúvida cruel para quem tem bicho de estimação: o que fazer com ele. Deixar no hotel, convencer alguém a cuidar dele durante a viagem ou levá-lo?
Se a dor ao se separar do totó ou do bichano for realmente insuportável, há medidas a serem tomadas com antecedência. Tenha em mente que, além de a viagem do seu mascote não sair de graça, principalmente se o destino for algum dos países membros da União Européia, ela ainda envolve uma certa burocracia.
Além dos documentos exigidos, que atestam a saúde do animal, é importante informar-se sobre as leis que regulam a entrada do animal no país de destino. É mais fácil embarcar o bichinho para alguns lugares do que outros.
Se o destino é nacional, o animal só embarca com a GTA (guia de trânsito animal), documento emitido pela Secretaria de Agricultura de cada Estado ou por um médico veterinário credenciado pelo órgão.
Se o proprietário dirigir-se a uma das delegacias regionais da instituição, o documento sai de graça. Em um veterinário particular, o preço varia de R$ 20 a R$ 40.
Para obter o documento é preciso apresentar a carteira de vacinação do animal, mostrando que ele recebeu a anti-rábica com no mínimo 30 dias de antecedência, período necessário para a criação de anticorpos suficientes, e um atestado médico feito pelo veterinário responsável pelo animal três dias antes.
Vale lembrar que a GTA também é exigida em viagens rodoviárias.
Quem viaja para o exterior, dever ter o CZI (Certificado Zoossanitário Internacional), documento emitido pelo Ministério da Agricultura, que costuma ser feito no aeroporto ou na sede do ministério de cada Estado.
A validade é de dez dias. São exigidos atestado de saúde emitido três dias antes, carteira de vacinação e preenchimento de uma guia, com valor de R$ 7,49, a ser pago na Nossa Caixa.
Há cerca de dois meses, houve mudanças na aprovação do CZI para quem segue rumo à União Européia. Antes de obter esse tipo de documentação, o proprietário precisa realizar exames de sangue no animal, feitos apenas em laboratórios credenciados pelos países membros.
O problema é que um exame desse tipo chega a custar 500, que são pagos pelo proprietário do animal. E mais, eles levam tempo: em média, três meses.
"O turista que viaja para a Europa deve se apressar. Tenho hoje alguns animais no meu consultório esperando pelo exame para ir ao encontro dos seus donos na Europa. Um absurdo. Ninguém pode reter um cão desse modo", argumenta o médico veterinário Marcelo Bauer.
Se não bastasse, qualquer animal que embarcar para o exterior deve estar "microchipado". Dessa forma, ele é cadastrado e seu nome reconhecido por um programa de computador, que, aliás, também indica as vacinações. Um aparelho desses chega a custar R$ 60 e é sempre colocado por um veterinário.

Na cabine?
A política de transporte de animais difere de uma companhia aérea para outra, mas, na maioria delas, o bicho não pode viajar ao lado do passageiro.
Em viagens nacionais pela TAM, por exemplo, o animal é despachado com a bagagem. Como em todas as outras companhias, os proprietários precisam, antes de tudo, comprar uma caixinha de acomodação, vendida em qualquer pet shop.
Na hora da reserva, é necessário informar a raça do cão, o peso e o tamanho da caixa transportadora. Tais dados são analisados e, 48 horas depois, o cliente recebe uma ligação da empresa confirmando se o animal foi ou não aprovado. A recusa pode acontecer quando houver uma lotação de animais naquele vôo.
Na Air France, animais com até 5 kg podem viajar na cabine, mas sempre alojados na caixa de transporte. Quase todas as companhias aéreas cobram taxas de embarque para o bicho. Na empresa francesa, animais pagam US$ 240. Na TAM, a taxa custa R$ 90 mais 1% da tarifa por quilo em excesso -peso do animal e a caixa. Confira ao lado documentos e valores cobrados pelas companhias nacionais.


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