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PORTOS DO CARIBE
Órgão de Turismo espera receber 2 milhões de visitantes até o fim de 2000, contra 1,6 milhão em 99
Havana investe US$ 500 mi em revitalização
DA ENVIADA ESPECIAL AO CARIBE
O Valtur Prima aporta no Terminal Sierra Maestra, em Havana,
aos domingos à tarde, partindo
no dia seguinte, por volta das 23h.
Quando os turistas deixam o navio e ganham a grande praça em
frente ao porto, os folclóricos táxis cubanos, carrões americanos
dos anos 50 e 60 em precário estado de conservação, estão esperando para conduzir os passageiros.
Um passeio pelo centro histórico da cidade ou pelo Malecón, calçadão à beira-mar, é o suficiente
para notar que Havana está se esforçando para recuperar o seu patrimônio histórico e arquitetônico. O programa de restauração
em curso mobilizará cerca de US$
500 milhões, segundo o governo.
A atividade turística também
tem recebido maciços investimentos das autoridades. Se em
1990 Cuba recebeu 342 mil visitantes, em 1999 esse número foi
para 1,6 milhão. "Em 2000 esperamos atingir 2 milhões de visitantes", diz o vice-ministro de Turismo, Juan Hernández Méndez. Segundo Méndez, em 1999, o turismo foi responsável pela entrada
de US$ 2,2 bilhões em Cuba.
O Brasil é um dos alvos para a
campanha de divulgação do turismo cubano. Em 1999, apenas
8.776 brasileiros visitaram a ilha.
Entretanto a cultura brasileira está presente no dia-a-dia do país. A
novela "Rei do Gado" é exibida
pela TV e sua trilha sonora integra
a programação das rádios locais.
Uma vez que o Valtur Prima
permanece aportado em Cuba
por pouco tempo, 28 horas, é necessário planejar bem para usufruir a ilha.
Perto do porto, a poucos minutos de táxi, pode-se conhecer locais como a Plaza de la Revolución, em que Fidel Castro costuma fazer seus discursos, ou a sorveteria Coppelia (que aparece no
filme "Morango e Chocolate").
Se a idéia, porém, for caminhar
pelas ruas de Habana Vieja, o centro histórico da cidade, não é preciso pegar condução. A escolha
permite um passeio no coração
do conjunto arquitetônico que faz
de Havana uma das cidades mais
bonitas da América espanhola. É
ali que se vêem as mais bonitas
impressões em pedra que os espanhóis deixaram. Construída em
1519, Havana foi, durante muito
tempo, entreposto importante
dos colonizadores espanhóis.
Muito do que se construiu para
fortificar a cidade contra ataques
externos, principalmente durante
os séculos 16 e 17, ainda existe.
Domingo, dia em que os turistas
do Valtur aportam, é boa oportunidade para explorar as feiras de
artesanato. A principal acontece
na Plaza de La Catedral. Na Plaza
de Armas, em frente ao Palácio de
los Capitanes Generales, é possível encontrar um sebo de livros ao
ar livre com raridades da literatura e das ciências políticas latino-americanas.
Ali estão exemplares antigos das
obras de Alejo Carpentier (1904-1980), um dos mais importantes
escritores da América Latina, autor , entre outras obras, de "Recurso do Método". Carpentier explorou o espírito do homem latino-americano em livros que trabalharam com a idéia de um tempo cíclico. Também é possível encontrar obras de José Martí e biografias de Fidel Castro e Che Guevara.
Perto de Habana Vieja, a menos de meia hora de caminhada,
está Habana Central. Ali está o
Capitólio, que abrigou o Congresso cubano até 1959. Hoje funciona ali a Academia Cubana de
Ciência e Tecnologia.
Atrás do Capitólio fica uma das
mais tradicionais fábricas de charuto do país, a Partagas. Mas é à
esquerda da mesma praça que é
possível avistar o "barrio chino",
anunciado por um portal semelhante aos do bairro da Liberdade, em São Paulo. O bairro não é
grande, mas as ruas são muito
movimentadas, e seus bares e
restaurantes ficam abertos até a
madrugada.
(SYLVIA COLOMBO)
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