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PORTOS DO CARIBE
Durante viagens de navio, é possível conhecer rapidamente ilhas como Cuba e Jamaica
Cruzeiros oferecem "amostra grátis" da cultura da região
SYLVIA COLOMBO
ENVIADA ESPECIAL AO CARIBE
Quem vai ao Caribe atualmente
deve passar por algumas experiências comuns.
Em Cuba, escuta incontáveis vezes as faixas do álbum "Buena
Vista Social Club", organizado
pelo norte-americano Ry Cooder
-trilha sonora de filme homônimo, dirigido por Wim Wenders,
que colocou a música cubana no
foco da atenção internacional-,
ou o já fatigante "Mambo nº 5",
do cantor alemão Lou Bega.
Também não deixa de ouvir comentários satisfeitos dos habitantes da ilha sobre o final feliz da novela do náufrago Elián, que voltou
a Cuba na semana passada. Durante o tempo em que o menino
ficou nos EUA, cartazes afixados
em bares, restaurantes e hotéis
cubanos clamavam a volta do garoto "pela nossa dignidade".
Em Cancún, encontra centros
de compras supridos de novidades das mais badaladas grifes norte-americanas e topa com cinemas multiplex, onde é possível
encontrar os principais "blockbusters" lançados na temporada.
Em grande parte dos lugares, é
introduzido a restaurantes, hotéis, bares e resorts feitos só para
atrair e agradar turistas.
O formato descrito pode não ser
o ideal para que um viajante entre
em contato com a cultura local de
cada país, mas é um dos preferidos pela maioria dos turistas. É,
também, como a indústria de turismo local quer "vender", a região de "sol e calor o ano inteiro" e
do "vá à praia com o conforto de
casa", frases que figuram em slogans de hotéis e pacotes turísticos.
Mas fazer um cruzeiro pelo Caribe também é uma maneira de
conhecer, em pouco tempo, algumas paragens belas e culturalmente ricas da região.
O Valtur Prima é um exemplo
de embarcação que deixa os hóspedes à vontade para estabelecer
seu roteiro na viagem.
Durante uma semana, o navio
oferece aos passageiros seis refeições (café da manhã, lanche da
manhã, almoço, lanche da tarde,
jantar e o buffet da meia-noite),
entretenimento (jogos, bingos,
shows de mágica), piscina, aulas
de dança e ginástica, centro de beleza, massagem, sauna e fitness.
A cada parada, é possível comprar excursões, realizadas com
monitores da própria Valtur, ou
optar por passeios independentes. O tempo de cada uma delas é
variado. Por exemplo, em Montego Bay, o navio fica no porto por
cerca de sete horas, tempo suficiente para uma excursão a Ocho
Ríos, onde há uma cascata muito
procurada, para um passeio a pé
pelo interessante centro da cidade
ou para fazer compras.
Em Havana acontece a parada
maior, de quase 30 horas. É possível usufruir a cidade ou deslocar-se a um sítio próximo, como a região de Varadero, afamado centro
turístico com hotéis cinco estrelas
das grandes cadeias mundiais.
O Valtur Prima tem 200 cabines
com ar-condicionado, minibar,
TV e ducha. Há telefone nos quartos, mas o preço da ligação internacional é US$ 9 por minuto, pois
é usado um satélite italiano para
completar as chamadas. Não há
Internet a bordo, mas o navegante
aflito pode encontrar cybercafés
em Cancún e nas Ilhas Cayman.
A equipe do navio é de 260 funcionários, divididos em uma curiosa hierarquia. A equipe de comando e os chefes dos departamentos são de origem italiana.
Animadores de bordo, garçons e
camareiras são cubanos (impedidos de descer do navio a cada parada, fora Havana, por não poderem ter visto para deixar Cuba) e
grande parte dos que fazem o serviço de cozinha e manutenção de
equipamentos é composta por filipinos.
Sylvia Colombo viajou a convite da Valtur.
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