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AMBIENTE
Plano prevê US$ 5 bilhões para fiscalização e conservação de parques nacionais; militantes vêem "jogo de cena"
Bush anuncia nova ofensiva "ecológica"
DA REUTERS
De olho no seu ibope (hoje deteriorado) junto aos ecologistas, o
presidente dos EUA George W.
Bush acaba de anunciar um novo
programa de preservação e revitalização dos parques nacionais, cujo ponto de partida é a exigência
de que guardas florestais realizem
relatórios anuais sobre a situação
dos parques, de acordo com o
porta-voz da Casa Branca, Claire
Buchan.
Em projeto orçamentário enviado ao Congresso em fevereiro
último, o governo solicitou US$ 5
bilhões, em cinco anos, para iniciativas reparacionistas.
Na semana passada, Bush passou uma noite entre algumas das
maiores árvores do mundo, em
albergue no Parque Nacional da
Sequóia (Califórnia).
Ele participou de uma caminhada matinal de 243 metros até o topo do Moro Rock, uma abóbada
de granito que se destaca na paisagem montanhosa da região.
Uma das principais objeções
aos primeiros meses do governo
Bush tem partido dos ecologistas,
que criticam o atraso na implementação de medidas ambientais
aprovadas na gestão do ex-presidente Bill Clinton e a decisão de
abrir áreas de preservação da vida
selvagem, como o Alasca, à exploração industrial.
Pesquisas de opinião mostram
que, para prejuízo de Bush, a imagem de um presidente "antiecológico" tem se disseminado na população norte-americana, em especial na Califórnia -maior Estado do país e palco de derrota republicana nas últimas eleições
presidenciais.
Nos debates sobre a crise energética californiana, Bush tem acenado para a causa verde, com a
decisão de barrar a execução de
novos empreendimentos petrolíferos na costa do Estado. O presidente quer agora vender a imagem de um governante para
quem "proteger o ambiente sempre foi uma prioridade".
Camuflagem
Mas há quem suspeite de tais intenções "ecologicamente corretas". Para Melanie Griffin, ambientalista ligada ao grupo Sierra
Club, Bush apenas está fazendo
jogo de cena para camuflar o interesse de ampliar a concessão de
terrenos públicos a explorações
como a petrolífera.
"Enquanto Bush quer enfeitar
os parques, eles vão sendo cercados pelas torres de perfuração de
petróleo", afirma a ambientalista.
O Sierra Club diz temer também
que o novo projeto implique o financiamento de alguns parques
em detrimento de outros.
O Sistema de Parques Nacionais
dos EUA, órgão que intermediará
a nova política de fiscalização estatal, abrange um total de 384
áreas -entre parques e monumentos- em todo o país.
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