São Paulo, segunda-feira, 04 de junho de 2001

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AMBIENTE
Plano prevê US$ 5 bilhões para fiscalização e conservação de parques nacionais; militantes vêem "jogo de cena"
Bush anuncia nova ofensiva "ecológica"

DA REUTERS

De olho no seu ibope (hoje deteriorado) junto aos ecologistas, o presidente dos EUA George W. Bush acaba de anunciar um novo programa de preservação e revitalização dos parques nacionais, cujo ponto de partida é a exigência de que guardas florestais realizem relatórios anuais sobre a situação dos parques, de acordo com o porta-voz da Casa Branca, Claire Buchan.
Em projeto orçamentário enviado ao Congresso em fevereiro último, o governo solicitou US$ 5 bilhões, em cinco anos, para iniciativas reparacionistas.
Na semana passada, Bush passou uma noite entre algumas das maiores árvores do mundo, em albergue no Parque Nacional da Sequóia (Califórnia).
Ele participou de uma caminhada matinal de 243 metros até o topo do Moro Rock, uma abóbada de granito que se destaca na paisagem montanhosa da região.
Uma das principais objeções aos primeiros meses do governo Bush tem partido dos ecologistas, que criticam o atraso na implementação de medidas ambientais aprovadas na gestão do ex-presidente Bill Clinton e a decisão de abrir áreas de preservação da vida selvagem, como o Alasca, à exploração industrial.
Pesquisas de opinião mostram que, para prejuízo de Bush, a imagem de um presidente "antiecológico" tem se disseminado na população norte-americana, em especial na Califórnia -maior Estado do país e palco de derrota republicana nas últimas eleições presidenciais.
Nos debates sobre a crise energética californiana, Bush tem acenado para a causa verde, com a decisão de barrar a execução de novos empreendimentos petrolíferos na costa do Estado. O presidente quer agora vender a imagem de um governante para quem "proteger o ambiente sempre foi uma prioridade".

Camuflagem
Mas há quem suspeite de tais intenções "ecologicamente corretas". Para Melanie Griffin, ambientalista ligada ao grupo Sierra Club, Bush apenas está fazendo jogo de cena para camuflar o interesse de ampliar a concessão de terrenos públicos a explorações como a petrolífera.
"Enquanto Bush quer enfeitar os parques, eles vão sendo cercados pelas torres de perfuração de petróleo", afirma a ambientalista. O Sierra Club diz temer também que o novo projeto implique o financiamento de alguns parques em detrimento de outros.
O Sistema de Parques Nacionais dos EUA, órgão que intermediará a nova política de fiscalização estatal, abrange um total de 384 áreas -entre parques e monumentos- em todo o país.



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