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Fazenda foi palco do programa "No Limite" e goza da fama
Maratona tripla leva a praia famosa
DO ENVIADO ESPECIAL AO PARÁ
Locação do programa "No Limite 3" (Globo), em 2001, a fazenda São Jerônimo colhe os frutos
da exposição em rede nacional.
Ainda estão lá as estruturas montadas pelos cenógrafos.
Mesmo quem não acompanhou
o programa pode embarcar nas
atividades e nos passeios, como
um que leva até a praia do Limite,
nome que ganhou após a exibição
do "reality show".
A jornada, uma maratona tripla
com passeio de canoa, de charrete
e a pé, dura duas horas e meia.
Acompanhado de guias, o primeiro destino é o igarapé Tucumandubinha, onde se pega a canoa. O curioso é que o igarapé estará completamente seco em seis
horas e meia.
É o chamado fenômeno das marés, explica Jerônimo Brito, 33,
proprietário da fazenda. "Nós fazemos o mesmo passeio com os
turistas pelo igarapé seco, a pé,
para mostrar esse fenômeno."
No caminho, o turista encontra
macacos-de-cheiro pelas árvores.
Ali, pescam-se traíra, bagre, pescadinha, cangatá e pacamun, usado para fazer a mojica de pacamun, sopa apreciada pelos locais.
Plantas com nomes exóticos como taboca, cipó-bamburrá (com
flores brancas, amarelas e lilases)
e siriúba surgem nas margens do
igarapé. Vastos coqueirais completam a paisagem. A fazenda
produz 10 mil cocos por mês.
Já é possível escutar o barulho
do "mar" vindo da baía de Marajó, palco de uma batalha entre
dois gigantes: o rio Amazonas e o
oceano Atlântico. A água ora está
mais salgada, ora está mais doce,
mas sempre salobra (mistura de
doce com salgada).
No trecho do igarapé após a Boca da Glória, a paisagem ganha
contornos fantasmagóricos, com
as raízes aéreas dos mangueiros e
a sombra das copas das árvores.
Caranguejinhos, como o carixá e
o sarará, aparecem nas raízes.
Depois do igarapé, são mais 500
metros até a praia do Limite. A
volta é em uma charrete.
Há outros passeios, como o ciclo do açaí -em que o grupo apanha o açaí no pé e o leva para máquinas onde ele será batido para
tirar o "vinho"-; o ciclo do caranguejo -em que os turistas caçam e cozinham o caranguejo-;
e o ciclo do coco -em que o grupo apanha o coco e conhece a fábrica de beneficiamento da fibra,
que vira estofado de carro.
Na mesa
O café da manhã é um banquete
no qual reina o búfalo, a começar
pelo frito do vaqueiro, prato rico em energia. "Os
vaqueiros têm que comer algo
forte. Às vezes, eles só voltam [do
trabalho] às 17h", explica Perla
Brito, proprietária. Na mesa também estão o leite da búfala e seus
derivados: coalhada, doce de leite,
queijo e manteiga. Há, ainda, cuscuz de tapioca e de milho, bolo de
abacaxi e de macaxeira, frutas, sucos, tapioca, pão e goiabada.
A cultura aparece nas apresentações de grupos de carimbó, lundu, siriá, macariquinho e da dança do vaqueiro, ritmos locais.
A fazenda tem cinco suítes para
até três pessoas cada uma.
(AUGUSTO PINHEIRO)
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