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Presídio guarda jóias amazônicas
DO ENVIADO ESPECIAL
Ironia do destino. O local que
serviu de claustro para bandidos
no passado, guarda, hoje, jóias
amazônicas. Outro símbolo da
nova Belém, a Associação São José Liberto, aberta em 2002 onde já
funcionou um presídio, abriga o
Museu de Gemas do Pará, o Pólo
Joalheiro e a Casa do Artesão.
No século 18, o prédio era um
convento. Dessa época, recuperou-se a capela. Na entrada do
museu há um imenso quartzo
hialino, de 2.500 kg e 500 milhões
de anos. Há uma sala com objetos
arqueológicos: muiraquitãs, usados como amuletos pelos índios,
pontas de flechas e machadinhas.
Na sala seguinte, madeira fossilizada (psarônis) de 260 milhões
de anos parece rocha. "Isso acontece porque o silício da areia
preencheu o veio da madeira", explica a supervisora Rosilene da
Costa, 35. Gemas orgânicas, de
origem animal ou vegetal, também estão lá: presas e caroços.
Duas salas exibem gemas do Pará, como esmeraldas, ametistas,
opalas, ametrinos, ouro, rubis e
granadas. Há, ali, um escafandro
inglês dos anos 40 usado para
buscar ouro em vales de rios.
Na última sala, jóias da belle
époque (final do século 19), quando Belém, com a exportação da
borracha, era a Paris n'América.
Um painel mostra a primeira coleção do Programa de Jóias e Gemas do Pará.
Do programa, de 1998, resultou
o Pólo Joalheiro, que produz e
vende jóias com design e matérias-primas amazônicas. O turista
pode comprar peças inspiradas
na fauna, na flora, em mitos, nas
culturas marajoaras e tapajônicas
e em desenhos rupestres.
A originalidade também está na
mistura de ouro e prata com materiais como caroço de inajá, sementes de tucumã e paxiúba.
No pátio interno, onde os presos tomavam sol, fica o jardim da
Liberdade, decorado com gemas
e plantas da região. Dali, chega-se
à cela Memorial Cinzeiro, que
guarda armas e objetos de tortura
usados por presos e carcereiros.
Na Casa do Artesão, vendem-se
brinquedos de miriti, peças de tururi (fibra de coco) e cerâmicas.
Um anfiteatro e uma sorveteria
completam o centro.
(AP)
São José Liberto - pça. Amazonas, s/nš,
tel. 0/xx/91/230-4451. Funciona de terça
a sábado, das 10h às 20h, e domingos e
feriados, das 15h às 20h. Entrada para o
Museu de Gemas: R$ 4.
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