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Marco da fundação da metrópole amazônica, em 1616, construção teve sua arquitetura recuperada
Forte de Belém volta a sua plástica antiga
DO ENVIADO ESPECIAL AO PARÁ
Historicamente a cidade mais
importante da Amazônia, Belém
vive uma revolução no seu perfil
urbano, histórico e arquitetônico.
Em 1998, houve a restauração da
igreja de Santo Alexandre e a criação do Museu de Arte Sacra. Em
2000, foi inaugurada a Estação das
Docas -complexo de turismo e
lazer que ocupa antigos galpões
do porto da cidade. No início de
2002, o Theatro da Paz foi reinaugurado após restauração. De 1878,
ele será um dos palcos para encenação de óperas do festival que
começa nesta quinta-feira.
No final de 2002, a repaginação
da metrópole amazônica se voltou para a área onde a cidade nasceu. O projeto, batizado de Feliz
Lusitânia, nome dessa região no
século 17, transformou antigos
prédios em espaços culturais.
Ao Forte do Presépio, marco da
fundação de Belém, em 1616, às
margens da baía do Guajará, foram devolvidas as formas mais
próximas às das plantas antigas.
"A primeira referência é a reforma de 1697, já que na primeira
construção, em 1616, o forte era de
madeira e palha", explica a educadora Ana Paula Macedo Cunha.
Após a ponte do fosso, há o Museu do Encontro, sobre o forte e a
ocupação da Amazônia. No circuito externo, batizado de Sítio
Histórico da Fundação de Belém,
há estruturas recuperadas de
plantas anteriores, canhões americanos e franceses, estes utilizados na Guerra do Paraguai.
No Museu do Encontro, uma
camada do solo mostra a ocupação indígena do local no século 16,
com restos do que teria sido um
casco de tartaruga. No espaço, há
também cerâmicas, como grandes igaçabas (urnas funerárias).
O acervo conta ainda com parte
do material arqueológico encontrado no forte, como as moedas
criadas pelos revolucionários da
Cabanagem (revolta armada da
primeira metade do século 19 que
levou o povo ao poder no Pará),
balas de canhão, garrafas e louças.
A muralha, da segunda metade
do século 19, foi derrubada, o que
causou polêmica. Sobrou o Portal
do Aquartelamento, deixando o
espaço com vista para a baía.
Também parte do projeto Feliz
Lusitânia, o novo Museu do Círio,
em uma casa do século 18 contígua ao Museu de Arte Sacra, foi
inaugurado no fim de 2002. O Círio de Nazaré é a maior procissão
católica do Brasil, reunindo 1,5
milhão de pessoas nas ruas de Belém em outubro.
Ópera
De 7 de agosto a 4 de setembro,
Belém será palco de 14 eventos artísticos -ópera, recitais de piano
e canto e concertos sinfônicos-,
concentrados entre o Theatro da
Paz e o Feliz Lusitânia. "Paggliacci", de Leoncavallo (7,9 e 10/8), e
"A Flauta Mágica", de Mozart
(em 29 e 31/8 e no dia 2/9), serão
algumas das óperas apresentadas.
Os ingressos custam de R$ 4 a R$
30 e podem ser adquiridos pelo
telefone 0/xx/91/212-7915 ou em
www.theatrodapaz.pa.gov.br.
(AUGUSTO PINHEIRO)
Museu do Forte do Presépio - pça. Frei
Caetano Brandão, s/nš; tel. 0/xx/91/219-1134. Entrada: R$ 2. Ter. a sex., das 10h às
18h, sáb. e dom., das 10h às 20h, e feriados, das 9h às 13h; Museu do Círio - r.
Pe. Champagnat, s/nš. Entrada: R$ 2. Ter.
a sex., das 13h às 18h, e sáb., dom. e feriados, das 9h às 13h. Crianças de até sete
anos e adultos acima de 60 não pagam.
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