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INGLÊS DAS CINCO
Passado o choque pela morte da princesa Diana, metrópole recupera o frenesi e o fluxo de visitantes
Londres sacode poeira e dá volta por cima
SUCENA SHKRADA RESK
free-lance para a Folha
Londres é a capital dos contrastes. Com uma monarquia que resiste à modernidade, mas que tem
de se adaptar cada vez mais aos sinais dos tempos, a cidade absorve
homeopaticamente a globalização.
Perdeu a princesa Diana, que tinha o carisma necessário para ser
amada por milhares de ingleses e
disputada menos amistosamente
pelos tablóides sensacionalistas.
Um ícone se foi, e uma nova etapa surge nessa cidade cosmopolita, que volta com toda força a ser o
centro das atenções.
Os turistas estão por todos os lados. O sistema de transporte funciona britanicamente e dá conta
desse excesso de demanda.
A pontualidade é algo que impressiona positivamente estressados visitantes, como os brasileiros,
que estão acostumados com sistemas de transporte caóticos. As diversas linhas de metrô, que percorrem toda a cidade, trens e ônibus não deixam ninguém na mão.
A primeira providência é comprar, em uma estação de trem ou
metrô, um "travel card" de uma
semana (25 libras) ou de um mês
(97 libras).
Não esqueça de uma foto 3x4,
que pode ser tirada na hora, em cabines automáticas mantidas em
estações. Quatro custam 1,20 libra.
Com o passe, você usa qualquer
sistema de transporte quantas vezes precisar. Só não se esqueça de
pedir mapas do "underground"
ou "tube" (metrô) e da ferrovia.
O "timetable", que tem todos
os horários de partidas de trens,
também é essencial. Só falta um
item nesse material: o mapa da cidade. Pronto! Aí é só montar o seu
roteiro e prestar muita atenção na
sinalização "right" e "left" (direita e esquerda). Nunca é demais
avisar: os britânicos dirigem do lado direito do carro.
Pé na estrada
Andar pelas ruas de Londres é irresistível. Enquanto em Trafalgar
Square turistas se banham no meio
do chafariz e pombos fazem a festa, os guardas da rainha mantêm-se empertigados e tradicionalmente fazem a troca da guarda,
todos os dias, às 11h. Tudo isso a
poucos metros de distância.
O Palácio de Buckingham abre
suas portas à "plebe", que paga
ingressos para ajudar nas despesas
da corte. O St. James's Park, logo
em frente, torna-se literalmente a
praça da população. Crianças e
adultos se deitam na grama e aproveitam horas agradáveis sem se
preocupar com a realeza.
Jovens com cabelos coloridos e
penteados exóticos dividem o espaço com yuppies por essa cidade,
que, pouco a pouco, está quebrando a rigidez da arquitetura com a
construção de espigões.
Mas há um detalhe importante:
os monumentos são preservados.
Essa consciência de patrimônio
histórico é algo muito presente.
Andaimes e operários sempre fazem parte do cenário.
Londres é um pólo cultural riquíssimo. Uma extensa agenda de
óperas, musicais, shows e peças
teatrais aquecem todas as temporadas. "Miss Saigon", "Les Miserables", "O Fantasma da Ópera"
e "Buddy" são alguns dos sucessos que estão há anos em cartaz.
Conseguir ingressos com melhores preços tem um endereço certo:
Leicester Square, praça vizinha de
Chinatown e Piccadilly Circus, que
aglutina cinemas e danceterias.
Nos próprios teatros é possível
conseguir preços acessíveis, principalmente nas matinês. Evite o
posto de venda da Equinox, na
Leicester Square.
Por um ingresso de 11 libras, você acaba pagando 20. A Rakes Ticket Agency, em frente ao Planet
Hollywood, oferece taxas melhores. Para espetáculos mais populares, há um posto especial, onde você paga a metade do preço.
Boquiabertos
Monumentos como o Parlamento, Westminster, a catedral de São
Paulo e a ponte da Torre são atrações que merecem ser conhecidas.
Afinal, ajudam a contar a própria
história de Londres.
Já a National Gallery e o Museu
Britânico, em Trafalgar Square,
são espaços com acervos que deixam qualquer um de boca aberta.
O primeiro exibe obras de Michelângelo, Monet e Renoir, entre
outros. O segundo é um dos principais museus do mundo, com tesouros arqueológicos romanos e
egípcios. A entrada é franca.
Ir ao Madame Tussaud's, o museu de cera mais famoso da Europa, também é um passeio recomendável, mas o preço é salgado
(10 libras). Ayrton Senna é uma
das celebridades que figuram lá.
Os fissurados em cinema não devem deixar de ir ao Museum of the
Moving Image, em Waterloo.
Ele conta de forma versátil a história da fotografia desde Daguerre,
em 1839, passa pelo cinema alemão e chega a Hollywood. Estudantes pagam 5,25 libras.
O Shakespeare's Globe Theatre,
entre Waterloo e London Bridge, é
uma verdadeira viagem no tempo.
É uma reconstituição de época que
mostra a beleza arquitetônica do
teatro de arena.
Onde gastar
Quando o assunto são as compras, aí há opções para todos os
bolsos. Ver vitrinas e apreciar lojas
como Selfridges e Harrod's, com
sua suntuosa decoração egípcia, já
vale a pena.
Alguns endereços tradicionais
de compras: Oxford Street, Regent
Street, Piccadilly Circus, King's
Cross, Covent Garden e feiras populares de fim-de-semana, como
Portobello Market e Camden
Town. Ambas exibem antiguidades, quinquilharias e os mais variados produtos a céu aberto.
Depois de andar tanto, você merece um descanso. Vá ao Hyde
Park ou, então, desfrute da paisagem do Tâmisa, sentado em bancos que ladeiam as margens desse
imponente rio que corta Londres.
Nenhum programa será completo sem uma visita a um pub. Para
todo lado que você olhe há um.
Coma carne de carneiro ou peixe
com batatas. Se tiver com pouco
dinheiro, invista nos lanches naturais que são vendidos em supermercados e lanchonetes.
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