São Paulo, segunda, 5 de abril de 1999

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Granada guarda tesouro árabe

da enviada especial

Aos pés da serra Nevada, a cidade de Granada, com cerca de 300 mil habitantes, guarda como o seu mais precioso tesouro o palácio de Alhambra, um dos mais bem conservados monumentos árabes do mundo.
Alhambra é uma corruptela do nome árabe para "castelo vermelho", em referência, segundo algumas pessoas, à cor do monte sobre o qual foi construído e, para outras, ao material de que é feita uma de suas torres.
Para conhecer bem o palácio de Alhambra e o jardim Generalife, o ideal é ter pelo menos um dia inteiro. Cada pedacinho de parede, incrustado de arabescos, esconde uma história que começa na dinastia moura Nasrid, no século 13, e vai até a reconquista da cidade pelos reis cristãos.
Os jardins que contornam o palácio, cheios de fontes, merecem umas boas horas, só para ficar sentado em seus vários banquinhos, apreciando a beleza da paisagem.
Na alta temporada (julho e agosto), o monumento recebe até 12 mil visitantes ao dia. Na baixa, cerca de 4.000. Mas, para escolher a data da visita, deve-se levar em conta que na primavera os jardins atingem seu auge.
Por fora, o palácio pode até decepcionar. Tem ares de fortaleza e em nada lembra a exuberância encontrada dentro de suas paredes. Isso acontece porque, de acordo com o costume mouro, a suntuosidade deveria ficar escondida, para evitar a inveja alheia.
Se a viagem estiver sendo feita de navio, pelo menos duas horas de ônibus separam Granada dos portos mais próximos, Málaga e Almería. No caminho, cruza-se um deserto original e plantações intermináveis de oliveiras.
É possível ver também as inacreditáveis casas-caverna, em que os proprietários constroem apenas a fachada e um pequeno anexo para a cozinha e os banheiros, deixando o resto da arquitetura por conta da própria natureza.
Outra vantagem de Granada é a variedade de temperaturas. Ao mesmo tempo em que no centro da cidade, no inverno, desfruta-se um clima agradabilíssimo (20C a 25C), a serra Nevada, a menos de 40 km de carro, oferece estações de esqui. Mais um motivo para esticar a permanência na simpática cidade espanhola.

Alicante
Com um porto completamente integrado à cidade, Alicante, já na região valenciana, na chamada Costa Blanca, dá ao turista a oportunidade de descer do navio e cair em uma deslumbrante "rambla" toda feita de mármore tricolor e que margeia a praia -a Explanada de España.
A população fixa e flutuante -a cidade serve de balneário até para os madrilenos- conversa em cadeirinhas coloridas (em que não se paga para sentar, ao contrário de Barcelona), passeia com crianças ou cachorros e joga, enquanto é observada pela cabeça de um homem -um mouro, segundo a lenda-, encravada na montanha que abriga o castelo de Santa Bárbara, datado do século 16.



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