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ALÉM DE LONDRES
Maioria dos brasileiros só vai à capital, mas resto do Reino Unido revela cenários com campos e castelos
Bicicleta, trem ou carro desbravam país
BELL KRANZ
ENVIADA ESPECIAL AO REINO UNIDO
Brasileiros amam fazer compras, deixam no Reino Unido
quase o dobro do que os turistas
dos outros países da América e
também despendem um tempo
considerável no país -uma média de 19 dias por estada.
Porém toda essa diversão fica
restrita, majoritariamente, a Londres, destino único de 48% dos
brasileiros que viajam para o país,
segundo dados de pesquisa de
2001 realizada pelo Escritório para Estatísticas Nacionais.
Pois, com tanto tempo disponível e dinheiro no bolso, é possível
bater muita perna pelas lojas e pelos museus da capital, passear na
London Eye, dançar na noite, refestelar-se nos parques da capital
e ainda partir para os programas
inimagináveis no restante desse
país de apenas 243 mil quilômetros quadrados e cuja distância
entre as cidades é desprezível.
Só para ter uma idéia, vai-se da
capital inglesa, no sul, até a capital
escocesa, Edimburgo, quase no
cocuruto da ilha, em seis horas de
carro ou quatro de trem.
Grande parte do percurso integra os chamados parques nacionais e áreas cênicas nacionais, que
recebem proteção especial do governo britânico pela beleza natural, o que torna especial qualquer
passeiozinho pelo país.
Carneirinhos e castelos
Há centenas de roteiros pelo interior e pelo litoral, com paisagens
na linha cartão-postal que incluem campos e mais campos
coalhados de carneirinhos, castelos medievais, catedrais majestosas, vilarejos rurais históricos e
caprichosamente preservados ou
minúsculas vilas de pescadores.
A sensação de quem viaja pelos
cenários -seja os do tipo selvagem, com montanhas escarpadas,
ou os de vales suaves e estradas
cobertas de folhas- é sempre de
uma tranquilidade sem fim.
O que inquieta e espanta o turista desejoso de explorar de carro o
país é dirigir na mão inglesa
-motorista no lado direito, câmbio na mão esquerda e direção
dos carros contrária ao que se conhece em quase todo o mundo.
Mas é bobagem deixar-se intimidar com isso. A primeira sensação é de uma estranheza atroz,
mas passadas algumas horas de
prática, especialmente na estrada,
o motorista pega a mão. Todas as
vias são muito bem sinalizadas e
conservadas, inclusive as menorzinhas, que costumam atravessar
cidades e vilarejos.
Mas, para quem não quer desafio nas férias, há outras formas de
transporte que também garantem
uma viagem especial pelo Reino
Unido. Trem é uma delas, apesar
de um pouco mais caro.
Já ônibus não passa em qualquer estrada, em algumas é capaz
até de entalar, mas há um serviço
programado, que funciona nas
vilas maiores, além do chamado
esquema de ônibus para mochileiro, que permite ao passageiro
embarcar e saltar quando quiser.
Porém um dos melhores meios
de conhecer o campo é a pé.
Como cada região tem suas
próprias características de relevo,
há opções de caminhada para todo gosto e grau de dificuldade:
rotas curtas por bosques e campos de flores, trilhas ao longo de
rios e lagos e por encostas irregulares do litoral, ou mais radicais,
sobre montanhas e picos. No caminho, o turista se depara com
castelos, destilarias ou cidades
históricas, por exemplo. As empresas programam passeios para
um dia, uma semana ou mais.
O país é pequeno o suficiente
para ser cruzado numa semana
por quem está em cima de uma
magrela. A Rede Nacional de Ciclismo já tem mais de 11 mil quilômetros de rotas para bicicleta.
Em um terço delas, o tráfego de
carros é proibido, propiciando
viagens com crianças e novos ciclistas. O restante é composto
por estradas pequenas ou ruas de
cidades com tráfego tranquilo.
Como as paisagens no país são
variadas, o cenário muda constantemente. Há mapas que detalham vários roteiros para turistas
com mais ou menos fôlego e disposto ou não a liberar adrenalina.
Para quem não tem nenhuma
pressa mesmo e quer ainda mais
diferencial num roteiro de viagem, a pedida é embarcar no ônibus vermelho vibrante do Royal
Mail (Correio Real), um ícone na
Escócia e na Inglaterra.
Ele percorre cerca de 200 trajetos, passando por remotas vilas
- em muitas nem sequer passa
carro- para pegar ou entregar
correspondência. Se o passageiro
tiver sorte, ganha um tour guiado
pela região e, quem sabe, até um
chá na casa do "postman".
Entre os inúmeros destinos
"extra-Londres", talvez o mais
surpreendente e especial seja
Edimburgo, capital da Escócia,
praticamente ignorada pelo turista brasileiro -um em cada
dez vão à cidade. Leia mais sobre
Edimburgo nas páginas F4 e F5.
Bell Kranz, editora do Equilíbrio, viajou
a convite do VisitBritain e da British Airways.
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