São Paulo, segunda-feira, 05 de julho de 2004

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Suíços legaram herança culinária

Silvio Cioffi/Folha Imagem
Forma de queijo moleson, fabricado de acordo com receita original do Cantão de Fribourg


DO ENVIADO ESPECIAL

Nova Friburgo herdou seu nome do Cantão suíço de Fribourg, de onde vieram os primeiros colonizadores do século 19. Além do nome, a cidade serrana herdou ainda modos e modas de cozinhar -com destaque para os queijos.
O elo entre os dois locais foi, aliás, marcado pela fundação da Queijaria Suíça, ou Frialp (www. queijosfrialp.com.br), no km 49 do circuito Tere-Fri, que, desde 1987, produz com recursos suíços (75%) e brasileiros (15%) queijos como o moleson e o raclette com leite de cabra ou de vaca, além de processar chocolates.
Mantida pelo Instituto Fribourg, a empresa declara não ter fins lucrativos e se propõe a resgatar tradições culinárias dos fundadores da cidade. Assim, diariamente, a Queijaria Suíça usa em seus produtos 2.500 litros de leite (25% desse total é de leite caprino e o restante de vaca).
A estrela dos produtos é o moleson, cujo nome deriva de uma montanha alta do Cantão suíço de Fribourg. Esse queijo vigoroso pode ser feito de leite de vaca e se torna mais amarelado, mas sua fórmula original leva leite de cabra, dando origem a um queijo mais esbranquiçado. Trata-se de um exemplar semiduro, cuja casca recebe tratamento especial na fase de maturação. Depois de lavada, a parte externa é tratada com uma bactéria láctea chamada linens, que impede o desenvolvimento de bolores.
A seguir, o queijo raclette, cuja origem são os Cantões suíços de Valais e de Vaud, é também bastante apreciado.
Como era de se esperar, a queijaria também produz outras variedades, como o queijo tipo suíço, com buracos, que lembra o emmenthal, o queijo minas padrão e diversos outros, como gruyère, gorgonzola, reblochon, gouda e sbrinz, além de ricota fresca, requeijão e mistura para fazer fondue. Chocolates e trufas também viram bombons nas dependências da fábrica, onde um vidro deixa o visitante ver como os produtos são manipulados.
Quem viaja pelo circuito Tere-Fri pode aproveitar a parada para almoçar e aprender, pois, no local, além do restaurante Chalet Heidi, há um singelo mas bem montado museu da imigração, onde vestimentas, apetrechos de trabalho no campo, fotos, documentos e mesmo réplicas de barcos ajudam a contar um pouco da história da imigração suíça.
(SC)


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