São Paulo, Segunda-feira, 05 de Julho de 1999
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ALTIPLANO
País preserva a arqueologia pré-colombiana
Bolívia une cultura à paisagem andina

GERSON LUIZ GARCIA
enviado especial à Bolívia

Quem nunca cruzou uma cordilheira pode levar um susto, principalmente se gosta de viajar junto à janela do avião olhando as cidadezinhas lá embaixo.
Os Andes surgem como algo quase assombroso, obscurecendo a vista pelo tamanho e pela proximidade.
A visão coincide com a aproximação de La Paz, quando a aeronave passa entre as montanhas andinas, com seus picos eternamente nevados e escarpados.
Encravada nas montanhas, a altitude varia entre 3.300 m e 4.082 m. De La Paz se vai, por terra, ao lago Titicaca e ao sítio arqueológico de Tiahuanaco.
Num dos lugares mais altos da cidade pode-se apreciar o vale da Lua. Esculpido pela erosão eólica (dos ventos), o vale têm cânions e picos que refletem a Lua quando cobertos de neve, daí seu nome.
O lago é onde as civilizações andinas da Bolívia e do Peru acreditam ter começado o mundo. O museu Tiahuanacota guarda muitas relíquias arqueológicas encontradas em escavações feitas no lago.
Suas margens abrigam ruínas pré-incaicas, como na ilha da Lua, ou vilas como Copacabana, sede da igreja de Nossa Senhora da Candelária, padroeira da Bolívia, um dos maiores centros de peregrinação católica da América Latina.
A uma hora do centro de La Paz está Tiahuanaco -berço de uma civilização já extinta na chegada dos espanhóis, no século 16.
Envolto em mistérios, Tiahuanaco intrigou alguns escritores, como o suíço Erich von Däniken -autor do livro "Eram os Deuses Astronautas?"- que, nos anos 70, lançou a hipótese de que a Terra fora visitada por seres alienígenas na pré-história e na Antiguidade.
Esses viajantes teriam ajudado a construir Tiahuanaco e as pirâmides do Egito, por exemplo, permanecendo nos mitos de várias culturas como deuses vindos do céu.
Antes de chegar a La Paz, no entanto, é obrigatória uma escala em Santa Cruz de la Sierra para reabastecimento do avião (ou mesmo para troca de aeronave). Aproveite para esticar até Cochabamba, sede de importantes jornais, universidades e museus.
Se você não fala espanhol e estiver arranhando seu "portunhol" com seu guia turístico, talvez se surpreenda se ele lhe falar português sem sotaque. É um dos muitos estudantes brasileiros, atraídos à cidade pelo baixo custo e pela ausência de vestibular nas universidades, trabalhando como guia.


Gerson Luiz Garcia e Luís Carlos Murauskas viajaram à Bolívia a convite do Consulado Geral da Bolívia em São Paulo e da companhia aérea LAB (Lloyd Aéreo Boliviano).


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