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ALTIPLANO
País preserva a arqueologia pré-colombiana
Bolívia une cultura
à paisagem andina
GERSON LUIZ GARCIA
enviado especial à Bolívia
Quem nunca cruzou uma cordilheira pode levar um susto, principalmente se gosta de viajar junto à
janela do avião olhando as cidadezinhas lá embaixo.
Os Andes surgem como algo
quase assombroso, obscurecendo
a vista pelo tamanho e pela proximidade.
A visão coincide com a aproximação de La Paz, quando a aeronave passa entre as montanhas andinas, com seus picos eternamente
nevados e escarpados.
Encravada nas montanhas, a altitude varia entre 3.300 m e 4.082 m.
De La Paz se vai, por terra, ao lago
Titicaca e ao sítio arqueológico de
Tiahuanaco.
Num dos lugares mais altos da cidade pode-se apreciar o vale da
Lua. Esculpido pela erosão eólica
(dos ventos), o vale têm cânions e
picos que refletem a Lua quando
cobertos de neve, daí seu nome.
O lago é onde as civilizações andinas da Bolívia e do Peru acreditam ter começado o mundo. O museu Tiahuanacota guarda muitas
relíquias arqueológicas encontradas em escavações feitas no lago.
Suas margens abrigam ruínas
pré-incaicas, como na ilha da Lua,
ou vilas como Copacabana, sede
da igreja de Nossa Senhora da Candelária, padroeira da Bolívia, um
dos maiores centros de peregrinação católica da América Latina.
A uma hora do centro de La Paz
está Tiahuanaco -berço de uma
civilização já extinta na chegada
dos espanhóis, no século 16.
Envolto em mistérios, Tiahuanaco intrigou alguns escritores, como o suíço Erich von Däniken
-autor do livro "Eram os Deuses
Astronautas?"- que, nos anos 70,
lançou a hipótese de que a Terra
fora visitada por seres alienígenas
na pré-história e na Antiguidade.
Esses viajantes teriam ajudado a
construir Tiahuanaco e as pirâmides do Egito, por exemplo, permanecendo nos mitos de várias culturas como deuses vindos do céu.
Antes de chegar a La Paz, no entanto, é obrigatória uma escala em
Santa Cruz de la Sierra para reabastecimento do avião (ou mesmo
para troca de aeronave). Aproveite
para esticar até Cochabamba, sede
de importantes jornais, universidades e museus.
Se você não fala espanhol e estiver arranhando seu "portunhol"
com seu guia turístico, talvez se
surpreenda se ele lhe falar português sem sotaque. É um dos muitos estudantes brasileiros, atraídos
à cidade pelo baixo custo e pela ausência de vestibular nas universidades, trabalhando como guia.
Gerson Luiz Garcia e Luís Carlos Murauskas
viajaram à Bolívia a convite do Consulado Geral
da Bolívia em São Paulo e da companhia aérea
LAB (Lloyd Aéreo Boliviano).
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