São Paulo, segunda, 5 de outubro de 1998

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NO REINO MÁGICO
O Disney Magic, que começou a navegar em julho, tem áreas reservadas aos adultos e outras às crianças
Navio da Disney cria mar de separação

Carla Aranha/Folha Imagem
O transatlântico Disney Magic, que saiu do estaleiro em julho, ancorado em Cataway Cay, ilha particular da empresa nas Bahamas


CARLA ARANHA
enviada especial à Flórida

No saguão principal, o Mickey e a Minnie, a postos para dar as boas-vindas, posam para fotos. Na popa, outra confirmação, em tamanho gigante, de que você está em "território encantado": um grande boneco do Pateta, dependurado, saúda os navegantes.
Certo, já deu para adivinhar. Popa, Pateta, mar: sim, trata-se do novo lançamento da turma do reino mágico, o navio Disney Magic. Construído em Veneza, o transatlântico começou a navegar em julho deste ano, na rota Porto Canaveral-Bahamas-Porto Canaveral.
Para embarcar nessa nova criação do império Disney, você só precisa atender a dois requisitos básicos. Número um: dispor de uma semana de "dolce far niente" para passar três ou quatro dias no navio e o restante na Disney World.
Isso porque o pacote para participar dos cruzeiros é vendido, no Brasil, apenas em conjunto com uma temporada de três ou quatro dias no complexo Disney (veja preços à pág. 8-7).
E como fantasia pouca é besteira, seu "passaporte para a alegria" estará garantido se você também gostar muito, mas muito mesmo, do jeito Disney de ser. O que inclui, por exemplo, curtir um abraço apertado do Pato Donald e se divertir nos restaurantes do navio, um deles decorado com os desenhos da casa.
Se você for adepto de um estilo menos Minnie e mais Tio Patinhas, a piscina para adultos (e só para eles), a sauna e o Palo, restaurante italiano, poderão lhe render momentos de sossegada maré baixa.
Sua voltagem tende a baixar ainda mais quando você percebe que certos locais, como o elegante Palo, são reservados aos maiores de 18 anos de idade.
Essa separação por faixa etária é, diga-se, apresentada como um dos maiores trunfos do Disney Magic, que proporciona diversão monitorada à garotada.
Os pimpolhos podem, por exemplo, passar horas no Oceanner Lab, equipado com computadores e brinquedos variados, contando com o acompanhamento de orientadores especializados.
Filhos maiores, já adolescentes? Tudo bem, não há problema. Também há espaços dedicados exclusivamente a eles, como o Common Grounds, ponto de encontro munido, mais uma vez, de muitos computadores.
O mar de separação por faixa etária evidencia-se também na última parada do navio, na ilha particular da Disney, a Castaway Cay, nas Bahamas. Ali, há uma praia frequentada só por adultos e outra onde têm vez os passageiros mirins, a título, novamente, de garantir a paz geral dos navegantes.
Como se vê, famílias são mais do que bem-vindas a bordo. Mas, se você espera encontrar aquela sereia ou marujo dos seus sonhos no Disney Magic, esqueça. Solteiros são raros no navio, ainda mais desacompanhados. Pais com filhos pequenos e casais, parte deles em lua-de-mel e quase todos norte-americanos, dominam o cenário.
Na linha "família", o navio não possui cassino, contrariando uma tradição dos cruzeiros, e a boate funciona apenas até as 2h, sendo pouco frequentada.
Para quem está às voltas com fraldas ou estripulias infantis, ou ainda sempre sonhou em cruzar os mares a bordo de um navio onde uma das piscinas imita o formato do chapéu do Mickey, o verso de Fernando Pessoa -"navegar é preciso"- pode fazer mais sentido que nunca.


Carla Aranha viajou a convite da Walt Disney Attractions e da La Cumbre.



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