São Paulo, segunda, 5 de outubro de 1998

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NO REINO MÁGICO
Castaway Cay, ilhota da Disney nas Bahamas, gera fronteira imaginária entre turistas e empregados
Passageiro pula a cerca em ilha particular

Carla Aranha/Folha Imagem
Turista em praia de Nassau, nas Bahamas


da enviada especial à Flórida

Água translúcida, piscinas naturais, serviçais lhe atendendo a todo momento, redes dispostas entre uma árvore e outra. Propaganda de chocolate na TV, filme americano com cenas rodadas no Caribe? Nada disso. É Castaway Cay, a ilha particular da Disney nas Bahamas.
Com duas praias e meia -uma delas é reservada aos funcionários do navio e você só pode visitá-la sorrateiramente-, os cerca de 400 hectares da ilha transformam os passageiros, os únicos a visitarem o local, em tripulantes imaginários da nau da mordomia.
Na praia das crianças, por exemplo, o único trabalho que os turistas têm é o de dar alguns passos para poder desfrutar do almoço, servido em sistema de self-service - o restaurante fica em frente ao mar e oferece pratos como peixes, hambúrguer e saladas.
Redondinha, com areia fina e água transparente, como no restante da ilha, a praia oferece a possibilidade da prática de snorkel e outros esportes aquáticos, com aluguel de caiaque e barcos a remo. O ponto de encontro das famílias e das crianças concentra ainda a parte de serviços, com lojas, vários chuveiros e vestiário.

Divisor de águas
A chamada praia dos adultos, de 1,5 km de extensão, rasinha até dizer chega, faz com que você se sinta uma espécie de Moisés, abrindo caminho mar adentro. Um quilômetro, dois, três, quatro: mesmo com a água pelos ombros é possível enxergar os próprios pés e as conchinhas no fundo do mar.
Na areia, sucos e outras bebidas chegam mansamente até você pelas mãos dos funcionários do Disney Magic. Só prepare-se para não sofrer um naufrágio financeiro: um suco de morango custa cerca de US$ 9.
Quem está à procura de novos portos pode ainda se aventurar pela "praia dos funcionários", separada da dos adultos por uma cordinha. Teoricamente, você não pode transpô-la. Mas, se quiser cruzar essa fronteira mais imaginária que real, ninguém vai impedi-lo.
Do "lado de lá", várias árvores emolduram uma areia ainda mais fina do que a da praia dos adultos e uma falésia dá o tom final de "foto de revista" à praia.
Uma meia dúzia de serviçais do navio até pode olhá-lo com uma certa curiosidade, já que você será provavelmente o único conquistador de novos mundos ali, mas qualquer insinuação de reprovação termina nisso.
Na ilha particular da Disney, só há uma regra que você não pode desrespeitar, sob risco de se tornar um Robson Crusoé. O transatlântico zarpa impreterivelmente às 16h. Para evitar correrias de última hora, manda o bom senso que você se dirija ao navio por volta das 15h30. Quem pretende aproveitar mais o tempo disponível na ilha, pode, sabiamente, acordar cedo para estar na Castaway Cay antes das 8h30.
Outra dica: para que sua breve temporada como Netuno navegue em águas calmas, leve a sério o poder do Sol do Caribe, abrasador entre 11h e 15h.
Protetor solar e chapéu são indispensáveis. Também use e abuse dos chuveiros possantes de água fria, distribuídos por toda a ilha.
E, para não se assemelhar mais a um pimentão de comerciais de protetor solar do que aos corpos bronzeados das propagandas de turistas no Caribe, vale um último conselho: em caso de dúvida, abrigue-se sob um dos vários guarda-sóis disponíveis.
(CARLA ARANHA)



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