São Paulo, segunda, 5 de outubro de 1998

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Piratas deram lugar a turistas

da enviada especial

Seja sincero: Nassau, para você, é sinônimo, vagamente, de cultivo tropical (do que será mesmo?), praias paradisíacas, cassinos, belos hotéis e um quê de exotismo.
Ah, você sabe também que a ilha foi colonizada pelos ingleses, no século 17, e exibe uma arquitetura vitoriana? Muito bem. Mas, para desfrutar mais de Nassau, onde o navio fica ancorado durante um dia inteiro e também à noite, você vai gostar de saber que há mais a explorar ali do que sugerem algumas vãs suposições.
A capital das Bahamas, um arquipélago de cerca de 700 ilhas próximas à costa da Flórida, com dois terços do PIB (Produto Interno Bruto) gerados pelo turismo, une ruas arborizadas, com pouco movimento de carros, e lojas que não cobram impostos sobre as mercadorias.
Com um centro compacto, situado bem próximo ao píer, a cidade pode ser conhecida em um dia.
Você pode começar sua incursão a esse antigo reduto dos piratas, que dominaram Nassau no início do século 18, da forma mais prosaica possível, caminhando pelas ruas do centro. Ali, sobrados com fachadas de madeira, pintados em cores como rosa, verde-claro e azul, lembram o passado colonial da cidade.
Essas casas emolduram, entre outras ruas, a meca dos turistas em Nassau, a Bay Street, que concentra a maioria das lojas, algumas "duty free". Há de tudo à venda, de perfumes a jóias e roupas de marca. Levando em consideração que você pode encontrar os mesmos artigos nos "free shops" dos aeroportos e até em Orlando e Miami, por preços semelhantes, a romaria às lojas só vale a pena para quem jamais abre mão das compras.
Mas, se você não faz questão de rodar o cartão de crédito, pode se dedicar a algo mais genuíno, como desvendar os pontos de encontro dos habitantes locais, todos versados em inglês, o idioma oficial.
O que não é nada difícil. Basta sair um pouco da rota turística por excelência, que compreende Bay Street, Charlotte Street e Parliament Street, e se embrenhar nas galerias que margeiam essas ruas.
Em uma delas, a Bahamas Arcade, você encontra restaurantes típicos com mesas ao ar livre, frequentados só por nativos. É possível degustar ali pratos da culinária local, rica em peixes e frutos do mar e levemente apimentada, além de frutas cítricas e abacaxi, que constituem a base da agricultura praticada nas Bahamas.
Para completar o passeio, você pode visitar Paradise Island, ilha do arquipélago vizinha a New Providence, onde fica Nassau. A partir da capital, chega-se a Paradise Island por terra ou mar.
No primeiro caso, você gasta US$ 2 para fazer a travessia de barco. Já os taxistas cobram cerca de US$ 24 pela corrida, de dez minutos.
Parece caro? Bem, saiba que em Paradise Island os gastos não param aí.
Como alguns dos principais atrativos da ilha são os cassinos, não é difícil transformar seus dólares em capital de giro -literal, nas roletas e outros "brinquedinhos" dos cassinos.
Claro que você também pode abrir mão da jogatina em favor do conceito de eternidade de que parecem desfrutar as praias locais, de beleza praticamente intocada.
Em uma das mais conhecidas, a do hotel Atlantis, existe até uma corrente de autenticidade em meio ao oceano de turistas americanos que plantam suas férias nas areias fofas dali.
Você pode observar, por exemplo, moças locais fazendo "tererês" (trancinhas) nas visitantes e tem a oportunidade de bater papo com alguns habitantes locais, de sorriso largo e facilidade de comunicação. Pode também alugar um jet ski por cerca de 40 minutos ou simplesmente relaxar no mar, de leves ondulações e águas claras, em um programa que é natural, autêntico e não faz mal ao bolso. (CA)



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