São Paulo, segunda-feira, 06 de março de 2000


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Ibama proíbe uso do filtro solar

free-lance para a Folha

Na praia de Atalaia, em Fernando de Noronha, você tem de ignorar aqueles velhos discursos acerca da importância do filtro solar. Os visitantes que desejam entrar no aquário natural formado por arrecifes devem deixar as preocupações com a pele de lado, porque lá é proibido passar protetor solar e entrar no mar.
A medida foi estabelecida pelo Ibama, que controla boa parte das atividades na ilha, já que Fernando de Noronha é um parque de preservação ambiental.
Os ambientalistas argumentam que a composição química do protetor pode alterar o miniecossistema local, prejudicando assim a cadeia alimentar e colocando em risco as espécies que ali vivem.
Exagerada ou não, o certo é que a medida é fiscalizada de perto por funcionários do Ibama no local, que só permitem a entrada de 20 pessoas por vez no aquário. Se houver mais turistas, é feita uma espécie de rodízio.

Restrições
Em algumas praias do arquipélago, como a do Leão, a entrada é proibida entre os meses de janeiro e julho, das 18h às 6h, horário em que normalmente as tartarugas marinhas desovam no local.
Algumas atitudes, como a de retirar conchinhas das praias, são consideradas crimes ecológicos e são proibidas para toda a ilha e durante todo o ano.
Uma das principais atrações da ilha -o Buraco da Raquel-também não pode mais ser visitada durante o ano. Os turistas só podem avistar a formação rochosa de cima, sem poder mergulhar dentro do buraco.
Os nativos costumam brincar que, nesse ritmo, logo, logo os encantos de Noronha só poderão ser conhecidos por meio de vídeos -as fotos seriam proibidas porque o flash poderia prejudicar o ecossistema.
Brincadeiras à parte, o trabalho do Ibama visa garantir a preservação do arquipélago. Parte do dinheiro usado pelo instituto é arrecadada com a famosa taxa de preservação ambiental, que o turista paga no desembarque na ilha e que é progressiva, aumentando de acordo como número de dias que se fica na ilha.
Quem tiver dúvidas ambientalistas pode tirá-las nas palestras que o Ibama promove nas noites dos dias da semana, na sede do Projeto Tamar (de proteção às tartarugas marinhas). Entre os temas, estão explicações sobre as espécies de Noronha (como golfinhos e tartarugas), a história do arquipélago etc.
Antes da palestra, é possível comprar uma lembrancinha na loja do Tamar, um dos poucos locais que vendem suvenires.
Pode parecer incrível, mas, além das palestras, só há uma outra opção de diversão noturna no arquipélago: o forró do bar do Cachorro, localizado na praia de mesmo nome.
(RODRIGO FRANÇA)

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