São Paulo, quinta-feira, 06 de dezembro de 2007

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internacional

Obras polêmicas marcam Natal em Belém

VISIBILIDADE Outros artistas esperam que atuação do grafiteiro britânico chame a atenção para a vida na Cisjordânia

DA REUTERS

O grafiteiro britânico Banksy tenta trazer ânimo e incrementar o turismo em Belém neste Natal com uma série de murais subversivos na cidade conhecida como o local de nascimento de Jesus.
O esquivo artista de rua pintou seis provocativas novas imagens - incluindo uma pomba da paz usando um colete à prova de balas e uma menina de marias-chiquinhas revistando um soldado israelense- em prédios ao redor da cidade na Cisjordânia.
Banksy também transformou uma loja de fast-food em frente à igreja da Natividade, em Belém, em uma galeria de arte com trabalhos de artistas dos territórios palestinos e do exterior.
Outros artistas exibindo seus trabalhos em Belém afirmaram esperar que a mostra chame a atenção para a vida na Cisjordânia ocupada e ajude a firmar laços entre artistas locais e internacionais. "É importante que as pessoas venham a Belém e vejam o que está acontecendo, em vez de seguir a norma dos colecionadores de arte e fechar a compra pelo telefone", disse o artista britânico Peter Kennard.
Os moradores de Belém afirmam que os postos de controle e a barreira israelense na Cisjordânia estão sufocando o turismo e prejudicando a economia da cidade.
Banksy chamou a atenção em 2005 ao pintar imagens divertidas no lado palestino da barreira, que Israel afirma ter construído para impedir a entrada de homens-bomba.
As novas imagens são mais chamativas. Os peregrinos que forem a Belém para o Natal vão ver um grande mural com uma pomba em um dos lados de uma casa, coberto de buracos de bala. A pomba está de frente para uma torre de controle israelense e veste um colete à prova de balas. Todas as obras da exibição serão vendidas pelo maior lance, e os lucros serão doados para organizações de caridade locais.
A ironia por trás de um mural que mostra um soldado israelense pedindo documentos de identidade a um burro não agradou alguns moradores locais, que o consideraram ofensivo. Mas Salem Salman, que tem uma loja de suvenires em frente ao mural, achou a obra engraçada. "Eu gosto", disse Salman, que vende estátuas em miniatura da Virgem Maria para peregrinos que vêm de Jerusalém. "Descreve a situação aqui, a ocupação. Mostra que os soldados israelenses nos tratam como animais", completa.


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