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internacional
Obras polêmicas marcam Natal em Belém
VISIBILIDADE Outros artistas esperam que atuação do grafiteiro britânico chame a atenção para a vida na Cisjordânia
DA REUTERS
O grafiteiro britânico Banksy
tenta trazer ânimo e incrementar o turismo em Belém
neste Natal com uma série de
murais subversivos na cidade
conhecida como o local de nascimento de Jesus.
O esquivo artista de rua pintou seis provocativas novas
imagens - incluindo uma
pomba da paz usando um colete à prova de balas e uma menina de marias-chiquinhas revistando um soldado israelense-
em prédios ao redor da cidade
na Cisjordânia.
Banksy também transformou uma loja de fast-food em
frente à igreja da Natividade,
em Belém, em uma galeria de
arte com trabalhos de artistas
dos territórios palestinos e do
exterior.
Outros artistas exibindo seus
trabalhos em Belém afirmaram
esperar que a mostra chame a
atenção para a vida na Cisjordânia ocupada e ajude a firmar
laços entre artistas locais e internacionais. "É importante
que as pessoas venham a Belém
e vejam o que está acontecendo, em vez de seguir a norma
dos colecionadores de arte e fechar a compra pelo telefone",
disse o artista britânico Peter
Kennard.
Os moradores de Belém afirmam que os postos de controle
e a barreira israelense na Cisjordânia estão sufocando o turismo e prejudicando a economia da cidade.
Banksy chamou a atenção
em 2005 ao pintar imagens divertidas no lado palestino da
barreira, que Israel afirma ter
construído para impedir a entrada de homens-bomba.
As novas imagens são mais
chamativas. Os peregrinos que
forem a Belém para o Natal vão
ver um grande mural com uma
pomba em um dos lados de
uma casa, coberto de buracos
de bala. A pomba está de frente
para uma torre de controle israelense e veste um colete à
prova de balas. Todas as obras
da exibição serão vendidas pelo
maior lance, e os lucros serão
doados para organizações de
caridade locais.
A ironia por trás de um mural
que mostra um soldado israelense pedindo documentos de
identidade a um burro não
agradou alguns moradores locais, que o consideraram ofensivo. Mas Salem Salman, que
tem uma loja de suvenires em
frente ao mural, achou a obra
engraçada. "Eu gosto", disse
Salman, que vende estátuas em
miniatura da Virgem Maria para peregrinos que vêm de Jerusalém. "Descreve a situação
aqui, a ocupação. Mostra que os
soldados israelenses nos tratam como animais", completa.
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