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LETÔNIA, LITUÂNIA, ESTÔNIA
Idade Média e tecnologia plasmam capital estoniana
Com centro medieval conservado, as ruelas de Tallin se abriram às inovações em velocidade supersônica
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
NA ESTÔNIA
Tallinn, que respira, ao mesmo tempo, ares medievais e do
século 21, já está escalada para
ocupar o posto de capital cultural da Europa em 2011 (www.tallinn2011.ee).
Após a independência, em
1991, a capital da Estônia -o
menor dos países bálticos- se
abriu à tecnologia, ao design e à
arte contemporânea em velocidade supersônica.
A "e-Estônia", como o país é
conhecido, é uma das terras sagradas da internet e da informática. Os votos eleitorais são
enviados por e-mail; e o estacionamento dos carros é pago
por SMS.
O escritor norte-americano
Ernest Hemingway (1899-1961) dizia existir um marinheiro estoniano em cada porto do planeta, tamanho o prazer desse povo em navegar.
Eles continuam navegando
-mas agora é pela internet.
Os turistas ficam surpresos
com as novidades high-tech do
país. Em plena cidade medieval, o coração histórico de Tallinn, é possível conectar o laptop à internet sem fio. Mais
uma vez, os extremos se tocam
na pequena capital. Viajando
pelo tempo, entramos na Raekoja Plats. Durante séculos, comerciantes se encontravam ali
para fazer negócios. Hoje, continua sendo a alma da cidade.
A praça, cercada por prédios
elegantes pintados em tons
pastéis, é o coração da parte
baixa da cidade medieval, classificada como patrimônio da
humanidade pela Unesco.
É hora de aproveitar os inúmeros cafés e restaurantes elegantes em torno da praça. O Olde Hansa reserva ao cliente
uma interessante experiência
gastronômica. Serve receitas
medievais e cerveja de mel. Os
funcionários vestem reproduções de trajes da Idade Média, e
velas iluminam as mesas.
Sinos dobram
Outros destaques são as muralhas e a igreja de São Olavo
-é possível subir até os sinos,
de onde se tem uma vista panorâmica da cidade. Não deixe de
visitar o monastério dos Dominicanos, do século 13, uma das
construções mais antigas e intactas de Tallinn, e, ainda, vá à
igreja de São Nicolau, que abriga o Museu de Arte Sacra e promove concertos de orgãos nos
finais de semana.
A parte alta do centro histórico, a colina de Toompea, era o
local da nobreza e do clero, enquanto a parte baixa era o refúgio de artesãos e comerciantes.
A melhor rota para ir até lá é pela rua Pikkjalg, que quer dizer
pernas longas.
A aristocrática Toompea é
repleta de ruas sinuosas. As fachadas barrocas das casas fazem lembrar que Tallinn foi
sueca por 150 anos, antes de
passar para as mãos dos czars
russos, no século 18.
O passeio na parte alta deve
começar pela bela Catedral
Alexandre-Nevski, erguida pelos russos em 1900. No interior
dessa igreja ortodoxa, velas laranja em suportes de cobre,
ícones pintados com ouro e silêncio. Bem em frente fica o palácio de Toompea, onde hoje
funciona o Parlamento. As visitas não são permitidas, a menos
que um deputado convide.
Próximo dali, a Toommkirik,
ou simplesmente Dôme, é a
igreja mais antiga do país. Ao
meio-dia dos sábados há concertos gratuitos de órgão.
De vários belvederes na rua
Kohtu e no final da rua Rahukohtu, é possível admirar uma
das vistas mais bonitas da da cidade baixa medieval: as muralhas, as flechas das igrejas, os
tetos vermelhos, os campanários enfileirados e, ao longe, a
baía de Tallinn. Não é difícil se
sentir no cenário de um romance histórico do tempo dos cavaleiros teutônicos.
Palácio-museu
É impossível deixar Tallinn
sem fazer outros dois programas. Um deles é o palácio Kadriog, erguido no século 18 por
Pedro, o Grande, para a imperatriz Catarina. Conhecido como "miniVersailles", o palácio
barroco é cercado por jardins e
abriga a coleção de obras de artistas holandeses e russos do
Museu Nacional de Arte.
A poucos passos do Kadriog,
visite, finalmente, o moderníssimo KUMU, o Museu de Arte
Moderna da Estônia. Projetado
pelo arquiteto finlandês Pekka
Vapaavuor, o prédio é uma obra
de arte. É o local ideal para descobrir a vanguarda artística do
país. (LETÍCIA FONSECA-SOURANDER)
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