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LETÔNIA, LITUÂNIA, ESTÔNIA
Lituano se sentiu bem-vindo ao Brasil ao ver o Cristo Redentor
DA REPORTAGEM LOCAL
Algimantas Saldys. "Mas pode me chamar de Luís que é
bem mais fácil", brinca Saldys
(pronuncia-se Saldís), 77, lituano que foi recebido pelo Cristo
Redentor em 1947.
Antes vir ao Brasil, a família
já havia se refugiado por duas
vezes na Alemanha, fugindo
das ocupações soviéticas na Lituânia -em 1940 e 1944.
"O Brasil foi um dos primeiros países a aceitar refugiados
com família", diz, explicando
como veio parar no país. Saldys
tinha 17 anos quando chegou.
Primeira parada: Rio de Janeiro. "Saí de um lugar que vivia o
caos para chegar a um país que
vivia a paz. Imagine o que foi
dar de cara com aquela imagem
enorme e de braços abertos, como se nos dissesse: "bem-vindos'", recorda, emocionado.
A próxima parada foi a Lapa,
em São Paulo. "Era época de
festa junina e, de tão traumatizados com a guerra [Segunda
Guerra Mundial, 1939-1945], a
cada vez que ouvíamos fogos ou
bombinhas, deitávamos no
chão", diz, achando certa graça.
Da Lituânia, as recordações
são da infância, já que ele saiu
de lá com dez anos. Nascido em
Ariogala e criado em Telsiai, recorda as horas de brincadeira
no lago Mastis -remando no
verão e patinando no inverno.
Outro passatempo era o esqui.
Uma saudade? A comida da
mãe, que dona Albina, também
lituana e casada com Saldys há
51 anos, tenta amenizar caprichando na cozinha. As refeições são à base de batata, definida por Saldys como o "arroz-feijão dos lituanos". Mas seu
prato preferido é a koselena
(pronuncia-se chochelena), tipo de caldo de mocotó mais gelatinoso feito com pés de porco
e músculo bovino. "Comer geladinho é uma delícia."
Diretor-presidente da Aliança Lituano-Brasileira, criada
em 1931 para preservar a cultura lituana, seu Saldys não se
empolga mais ao falar da entidade. "Acredita-se que o Brasil
tenha 250 mil descendentes de
lituanos. Temos só 300 associados, e a maioria não aparece
mais nos eventos", diz. "É triste
ver que grande parte da comunidade não tem interesse pela
própria cultura." (PPR)
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