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São Paulo, segunda-feira, 07 de abril de 2003

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GIRO MUSEOLÓGICO

BARCELONA

Com mais de 400 obras, mostra reúne todas as fases do artista

Exibição propõe estudo sobre técnica de Picasso

DO "THE NEW YORK TIMES"

Pablo Picasso é famoso pela distorção e pelo exagero. Mas o "estilo Picasso" não é unanimidade: há um debate entre seus admiradores, que o clamam revolucionário, e seus críticos, para os quais a obra do artista é um amontoado de rascunhos incompreensíveis.
"Picasso: da Caricatura à Metamorfose de Estilo", em cartaz no museu Picasso (www.museu picasso.bcn.es), em Barcelona (Espanha), até 18 de maio, propõe um estudo sobre as técnicas do artista. As 15 salas da mostra abrigam mais de 400 desenhos, pinturas, fotografias e esculturas.
Algumas obras nunca foram vistas pelo público, como "Face Lunar" (1972), auto-retrato feito pouco antes de sua morte, em 1973. Outras nunca foram nem sequer publicadas.
Na exibição, há obras de todas as fases do artista: dos primeiros desenhos à "metamorfose de estilo", termo cunhado pelo crítico de arte Alfred Barr em 1946 para designar a manipulação das formas naturais feita pelo artista.
"A caricatura é vista como uma forma menos sofisticada de arte, pois é rápida", diz Maria Teresa Ocana, co-curadora da mostra. "Mas essa rapidez deu espontaneidade ao trabalho de Picasso. Foi aí que ele quebrou o molde e fez avanços artísticos." Isso pode ser visto no "Estudo para um retrato de Helena Rubinstein" (1955), série de rascunhos que mostram detalhes de jóias, uma cabeça e, por fim, uma distorção do retrato de Helena.
A primeira sala da mostra tem desenhos feitos durante a adolescência do artista: pessoas com traços exagerados, como as caricaturas tradicionais.
Mais adiante, em destaque, está "Cabeça de Mulher" (1930), escultura de ferro que mostra uma imagem feminina com a cabeça grande e arredondada, muito grande para a face que tem.
Picasso volta às caricaturas em seu últimos anos. Em 1953 e 1954, fez 180 desenhos para a revista "Verve" sobre um artista que muitas vezes aparecia deformado.
"Nos acostumamos ao grotesco e monstruoso na obra dele, mas lembremos que ele quebrou tradições e criou uma nova arte", diz Ocana. "Ele absorveu tudo, expressou suas idéias às vezes com humor, outras com horror."
Picasso morou em Barcelona de 1895 a 1904. O museu que leva seu nome é dos mais populares ali.


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