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GIRO MUSEOLÓGICO
BARCELONA
Com mais de 400 obras, mostra reúne todas as fases do artista
Exibição propõe estudo sobre técnica de Picasso
DO "THE NEW YORK TIMES"
Pablo Picasso é famoso pela distorção e pelo exagero. Mas o "estilo Picasso" não é unanimidade:
há um debate entre seus admiradores, que o clamam revolucionário, e seus críticos, para os quais a
obra do artista é um amontoado
de rascunhos incompreensíveis.
"Picasso: da Caricatura à Metamorfose de Estilo", em cartaz no
museu Picasso (www.museu
picasso.bcn.es), em Barcelona
(Espanha), até 18 de maio, propõe
um estudo sobre as técnicas do artista. As 15 salas da mostra abrigam mais de 400 desenhos, pinturas, fotografias e esculturas.
Algumas obras nunca foram
vistas pelo público, como "Face
Lunar" (1972), auto-retrato feito
pouco antes de sua morte, em
1973. Outras nunca foram nem
sequer publicadas.
Na exibição, há obras de todas
as fases do artista: dos primeiros
desenhos à "metamorfose de estilo", termo cunhado pelo crítico de
arte Alfred Barr em 1946 para designar a manipulação das formas
naturais feita pelo artista.
"A caricatura é vista como uma
forma menos sofisticada de arte,
pois é rápida", diz Maria Teresa
Ocana, co-curadora da mostra.
"Mas essa rapidez deu espontaneidade ao trabalho de Picasso.
Foi aí que ele quebrou o molde e
fez avanços artísticos." Isso pode
ser visto no "Estudo para um retrato de Helena Rubinstein"
(1955), série de rascunhos que
mostram detalhes de jóias, uma
cabeça e, por fim, uma distorção
do retrato de Helena.
A primeira sala da mostra tem
desenhos feitos durante a adolescência do artista: pessoas com traços exagerados, como as caricaturas tradicionais.
Mais adiante, em destaque, está
"Cabeça de Mulher" (1930), escultura de ferro que mostra uma
imagem feminina com a cabeça
grande e arredondada, muito
grande para a face que tem.
Picasso volta às caricaturas em
seu últimos anos. Em 1953 e 1954,
fez 180 desenhos para a revista
"Verve" sobre um artista que
muitas vezes aparecia deformado.
"Nos acostumamos ao grotesco
e monstruoso na obra dele, mas
lembremos que ele quebrou tradições e criou uma nova arte", diz
Ocana. "Ele absorveu tudo, expressou suas idéias às vezes com
humor, outras com horror."
Picasso morou em Barcelona de
1895 a 1904. O museu que leva seu
nome é dos mais populares ali.
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