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COLÔMBIA
Cartagena é cartão de visitas para o fomento do turismo
Com diminuição nos índices de criminalidade, país começa a recuperar auto-estima e fluxo de visitantes
MARCOS AUGUSTO GONÇALVES
ENVIADO ESPECIAL À COLÔMBIA
Brasileiros não gostam quando percebem que a imagem do
país fora de suas fronteiras patina em aspectos como prostituição, violência, favelas, desrespeito aos direitos humanos
e destruição de florestas.
Colombianos, da mesma forma, se sentem contrariados ao
saber que frequentemente são
vistos como habitantes de uma
espécie de república de bananas (ou, no caso, de café) assombrada por bandos de guerrilheiros e traficantes de cocaína que colocam a vida dos cidadãos em risco permanente.
É verdade que estereótipos
não aparecem do nada -eles
em geral correspondem a situações verificáveis. Mas é fato
também que podem servir mais
para obscurecer a realidade do
que para iluminá-la.
No caso colombiano, depois
de anos de conflitos e medo, as
ações encetadas pelo governo
Álvaro Uribe não eliminaram a
violência, mas modificaram o
cenário, reduziram os índices
de criminalidade e abriram espaço para a recuperação da auto-estima e do fluxo de turismo.
Não por acaso, autoridades
brasileiras têm visitado a Colômbia com o intuito de ver de
perto experiências bem-sucedidas de combate à violência.
"Antes tínhamos medo de ir
de uma cidade a outra e o turista estrangeiro não via a Colômbia como um bom destino. Hoje a realidade é outra e a imagem do país, que naturalmente
demora mais a mudar, já começa a ser mais positiva", disse à
Folha Luis Guillermo Plata,
ministro colombiano de Comércio, Indústria e Turismo.
No dia 22 do mês passado,
Plata e Uribe foram anfitriões,
na cidade de Barranquilla, da
segunda Reunião dos Ministros
de Turismo do Grande Caribe.
E apresentaram estatísticas expressivas, como o aumento de
172% no número de entradas
no país entre 2004 e 2008.
A maior parte dos visitantes
provém de EUA (21,6%), Venezuela (19,4%), Equador (7,6%)
e Espanha (5,7%). Os viajantes
brasileiros, cerca de 22 mil em
2004, chegaram a mais de 45
mil em 2008.
No total, desembarcaram na
Colômbia, no ano passado, cerca de 1,5 milhão de visitantes
estrangeiros. Para ter um parâmetro, o Brasil recebeu estimados 6,5 milhões de turistas no
ano de 2008.
Cartagena, com seu clima
quente, arquitetura histórica,
bons hotéis e agitação à noite, é
o principal destino no Caribe
colombiano -que nos últimos
anos passou a ser escala de inúmeros cruzeiros marítimos.
Entre 2005 e 2008 a quantidade de navios na região saltou
de 45 para 161. Mas, embora a
atmosfera seja sedutora, as
praias não são tão generosas
como em outras localidades caribenhas -e no Brasil.
Em outra parte do país, a
2.640 m de altitude, a capital
Bogotá é uma cidade que dificilmente deixará de surpreender, de maneira favorável, o visitante brasileiro. É aprazível,
moderna, com cena cultural, vida noturna, bairros, restaurantes e comércio sofisticados.
Tem cerca de 7 milhões de habitantes, o que faz dela a quarta
maior cidade da América do
Sul, depois de São Paulo, Buenos Aires e Rio de Janeiro.
MARCOS AUGUSTO GONÇALVES,
editor da Ilustrada, viajou a convite da ProExport, agência do governo colombiano, e da companhia aérea Avianca
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