São Paulo, segunda, 7 de julho de 1997.



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FIM DA SIESTA
Cidade preserva sua forte herança colonial
Cor e cultura fazem aventura de Oaxaca

Adriana Zehbrauskas
Pátio do Centro Fotográfico Manuel Alavrez Bravo, escola e local de eventos na cidade de Oaxaca de Juárez


Centro Fotográfico Manuel Alvarez Bravo, escola e local de eventos na cidade de Oaxaca Fabricação de farinha de milho para tortillas em moinho de Tlalixtac no México

Capital do Estado de Oaxaca, no coração colonial do México, a cidade colorida de Oaxaca de Juárez, com 700 mil habitantes, reserva gratas surpresas aos visitantes.
As ruas calçadas com pedras grandes e fechadas para carros ao redor do zócalo isolam essa grande praça central, que tem cafés sob arcos e construções coloniais.
É lá que a agitação acontece, onde as pessoas se encontram para tomar um chocolate quente ou mesmo para ver a vida passar em torno de uma refrescante cerveja Negra Modelo, bem gelada.
Comer os tradicionais chapulines (grilos) é uma aventura gastronômica que, segundo os mais corajosos, vale a pena.
Terra de Benito Juárez (1806-1872), único presidente de origem indígena da história do México, Oaxaca deve seu "sobrenome" ao filho ilustre.
Herói nacional mexicano, o político realizou reformas que restringiram os privilégios da Igreja e do Exército, precipitando a guerra civil entre 1855 e 1861, ano em que se tornou presidente.
Cores e nomes
Oaxaca de Juárez tem uma vida cultural ativa e vários museus, como o de Arte Contemporânea (Maco), cujo acervo permanente mostra artistas contemporâneos oaxaquenhos, com destaque para Rufino Tamayo (1899-1991).
Nascido em Oaxaca, Tamayo soube combinar cubismo, surrealismo e outros estilos modernos em voga na pintura européia com o folclore mexicano, usando cores vibrantes que revolucionaram a pintura de seu país.
Há também um museu de arte pré-hispânica que mostra a coleção realizada pelo artista ao longo de sua vida, o Museo de Arte Prehispánico Rufino Tamayo.
Já o Instituto de Artes Gráficas de Oaxaca, com biblioteca e restaurante típico localizado num agradável pátio interno ao ar livre, expõe obras gráficas de várias partes do mundo.
O Centro Fotográfico Manuel Alvarez Bravo, outra instituição cultural importante, foi construído em homenagem ao mais famoso fotógrafo mexicano e oferece cursos e exposições. Num aparente paradoxo, o centro voltado para a imagem tem uma biblioteca só para cegos.
Visita aos arredores
Os vilarejos ao redor de Oaxaca são conhecidos por suas antigas ruínas zapotecas e mixtecas, como Mitla e Monte Albán, um dos grandes centros cerimoniais do vale de Oaxaca. Monte Albán remonta a 500 a.C., data do auge do esplendor da civilização zapoteca.
O artesanato também é produzido nas cidades vizinhas: Arrazola e San Martín Tilcajate fizeram fama com animais de madeira; San Bartolo Coyotepec e Ocotlán produzem, respectivamente, cerâmicas negra e verde; e Teotitlán del Valle ainda fabrica seus tapetes de lã.
Todas são próximas e podem ser visitadas em um dia: mas não espere encontrar preços melhores do que os de Oaxaca.
(ADRIANA ZEHBRAUSKAS)



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