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São Paulo, segunda-feira, 07 de julho de 2003

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Animais de estimação se adaptam aos hotéis, mas donos restringem passeios

Papagaio e peixe dividem quarto

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Na mala, além da escova de dentes e do pijama, não faltam as sementes de mamão. "É gostoso", diz o comilão Soró, um papagaio de 18 anos. Mas a comida não é só para ele: a papagaio fêmea Kika, de um ano, e o peixe Blue, de dois, também acompanham a dona, a socióloga Tania de Oliveira, 56, em suas viagens.
Tania sempre levava os animais para uma casa de praia, mas, no início desse ano, os bichinhos ficaram hospedados em um hotel pela primeira vez -no Sete Voltas, em Itatiba.
"Decidi viajar de última hora, e não havia ninguém que pudesse cuidar deles. Perguntei ao hotel se era possível levá-los e resolvi tentar", diz. Os papagaios ficaram em gaiolas, na sacada do chalé, e o peixe, confortavelmente instalado em seu aquário.
Ela afirma que os animais não atrapalharam a viagem, ao contrário. "Gosto de conviver com eles. Digo sempre que já virei babá de papagaio. Mas foi uma situação de descanso. Se tivesse de ficar fora do hotel o dia inteiro, não os levaria."
Luke (em homenagem ao herói Luke Skywalker, da série "Star Wars"), de três anos, também "estreou" a estada em hotéis neste ano, no hotel Capitanias (www.hotelcapitanias.com.br), em Ubatuba (SP).
O cão já viajava com a família, que costuma alugar chalés ou casas da praia para poder levá-lo aos passeios. "Descobrimos hotéis que ofereceriam hospedagem para animais e resolvemos experimentar", conta a editora Eneida da Silva Gordo, 43.
Seu filho, Vicente Videira, 9, aprovou a tentativa. "Se a gente deixasse o Luke, ele ficaria chateado e destruiria coisas em casa. E eu também me divirto mais se ele vai junto", diz.
Mas levar Luke exigiu sacrifícios -dele e da família. Ao ir à praia, nada de mar: ele ficou amarrado em um local afastado da areia. No passeio de barco, o grupo ficou desfalcado. Eneida ficou no chalé, tomando conta do cachorro.
Luca, de um ano e meio, apesar de jovem, é mais experiente que Luke. Já se hospedou três vezes em hotéis -e o dono Valério Zorzi Garcia, 42, gerente, promete que não acaba por aí.
"Sempre que pudermos levá-lo, ele irá junto. Afinal, Luca fica o tempo todo sozinho em nosso apartamento, durante a semana."

Bagagem extra
Pode parecer brincadeira, mas o animal de estimação também precisa de uma mala durante as viagens. "Como está em um lugar estranho, o bichinho pode achar que está sendo abandonado e ficar com medo. Por isso, é importante levar seu travesseiro e seus brinquedos, para que ele sinta um cheiro familiar", diz a veterinária Graziela Maria Vieira.
O estoque de ração também tem de estar no porta-malas -quem serve comida caseira, deve levar porções congeladas-, para que a alimentação não sofra alterações. Para evitar desidratações, sirva muita água (redobre esse cuidado com passarinhos, mais sensíveis ao calor). (JULIANA DORETTO)


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