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Animais de estimação se adaptam aos hotéis, mas donos restringem passeios
Papagaio e peixe dividem quarto
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Na mala, além da escova de
dentes e do pijama, não faltam as
sementes de mamão. "É gostoso",
diz o comilão Soró, um papagaio
de 18 anos. Mas a comida não é só
para ele: a papagaio fêmea Kika,
de um ano, e o peixe Blue, de dois,
também acompanham a dona, a
socióloga Tania de Oliveira, 56,
em suas viagens.
Tania sempre levava os animais
para uma casa de praia, mas, no
início desse ano, os bichinhos ficaram hospedados em um hotel
pela primeira vez -no Sete Voltas, em Itatiba.
"Decidi viajar de última hora, e
não havia ninguém que pudesse
cuidar deles. Perguntei ao hotel se
era possível levá-los e resolvi tentar", diz. Os papagaios ficaram em
gaiolas, na sacada do chalé, e o
peixe, confortavelmente instalado
em seu aquário.
Ela afirma que os animais não
atrapalharam a viagem, ao contrário. "Gosto de conviver com
eles. Digo sempre que já virei babá de papagaio. Mas foi uma situação de descanso. Se tivesse de
ficar fora do hotel o dia inteiro,
não os levaria."
Luke (em homenagem ao herói
Luke Skywalker, da série "Star
Wars"), de três anos, também "estreou" a estada em hotéis neste
ano, no hotel Capitanias (www.hotelcapitanias.com.br), em
Ubatuba (SP).
O cão já viajava com a família,
que costuma alugar chalés ou casas da praia para poder levá-lo aos
passeios. "Descobrimos hotéis
que ofereceriam hospedagem para animais e resolvemos experimentar", conta a editora Eneida
da Silva Gordo, 43.
Seu filho, Vicente Videira, 9,
aprovou a tentativa. "Se a gente
deixasse o Luke, ele ficaria chateado e destruiria coisas em casa. E
eu também me divirto mais se ele
vai junto", diz.
Mas levar Luke exigiu sacrifícios
-dele e da família. Ao ir à praia,
nada de mar: ele ficou amarrado
em um local afastado da areia. No
passeio de barco, o grupo ficou
desfalcado. Eneida ficou no chalé,
tomando conta do cachorro.
Luca, de um ano e meio, apesar
de jovem, é mais experiente que
Luke. Já se hospedou três vezes
em hotéis -e o dono Valério
Zorzi Garcia, 42, gerente, promete
que não acaba por aí.
"Sempre que pudermos levá-lo,
ele irá junto. Afinal, Luca fica o
tempo todo sozinho em nosso
apartamento, durante a semana."
Bagagem extra
Pode parecer brincadeira, mas o
animal de estimação também
precisa de uma mala durante as
viagens. "Como está em um lugar
estranho, o bichinho pode achar
que está sendo abandonado e ficar com medo. Por isso, é importante levar seu travesseiro e seus
brinquedos, para que ele sinta um
cheiro familiar", diz a veterinária
Graziela Maria Vieira.
O estoque de ração também tem
de estar no porta-malas -quem
serve comida caseira, deve levar
porções congeladas-, para que a
alimentação não sofra alterações.
Para evitar desidratações, sirva
muita água (redobre esse cuidado
com passarinhos, mais sensíveis
ao calor).
(JULIANA DORETTO)
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