São Paulo, segunda, 8 de fevereiro de 1999

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Novos pacotes incluem Romênia, Irã e Quirguistão

do enviado especial

Escalar montanhas no Uzbequistão, ver o eclipse do Sol na Romênia ou acampar no deserto do Irã são algumas das novidades da indústria do turismo lançadas na 19ª Fitur, em Madri. Segunda maior feira de turismo do mundo, atrás apenas da realizada em Berlim, a Fitur reuniu este ano 7.000 expositores, de 161 países.
A feira é voltada principalmente para os profissionais de turismo, mas atrai multidões de curiosos interessados em planejar a próxima viagem de férias. Em 1999, a Fitur recebeu 160 mil pessoas, 10% a mais do que no ano anterior.
Entre as principais novidades apresentadas na Fitur está a abertura ao turismo de países como a Líbia ou antigas repúblicas da extinta União Soviética, como o Cazaquistão, o Quirguistão, o Turcomenistão e o Uzbequistão.
"As antigas repúblicas da URSS são países seguros e que oferecem excelentes opções para quem gosta de montanhismo, de rafting ou para passear pela antiga rota da seda na Ásia Central", diz Rustam Mirzaev, diretor da agência SilkRoad, do Uzbequistão.
Os antigos países do leste europeu também estão abrindo cada vez mais suas fronteiras aos estrangeiros. Na Romênia, as atrações vão desde a Transilvânia, terra do conde Drácula, até a hospedagem nos luxuosos palácios do antigo ditador Nicolau Ceausescu.
O grande hit romeno de 1999 será o eclipse solar. Segundo a propaganda romena ("a terra do eclipse"), a vila medieval de Horezu será o melhor lugar do planeta para assistir ao eclipse. Os romenos prometem megaespetáculos para celebrar a ocasião, incluindo show com o tenor Luciano Pavarotti.
Os vizinhos poloneses querem atrair os visitantes para a celebração dos 150 anos da morte do compositor Frederick Chopin. Serão oferecidos novos roteiros turísticos para que se possa conhecer as cidades onde Chopin morou e trabalhou. O país também tem grande tradição histórica, com construções medievais, e os horrores dos campos de concentração nazistas.
Não é à toa que países antes conhecidos por serem fechados aos estrangeiros estão tão empenhados em atrair cada vez mais visitantes. O turismo é uma das indústrias que mais cresce no mundo. Só no ano passado, ocorreram 625 milhões de desembarques no mundo, gerando uma receita de US$ 445 bilhões, 2% a mais do que em 1998.
Os iranianos, por exemplo, querem acabar com a imagem de serem avessos aos estrangeiros. É verdade que ainda existem algumas restrições para quem planeja passear pela antiga Pérsia.
As mulheres precisam usar véu e cobrir totalmente as pernas, o que que torna um pouco incômoda uma temporada nos balneários do mar Cáspio.
Em compensação, os iranianos oferecem roteiros variados, ao gosto do turista ocidental. Pode-se visitar tribos que vivem no deserto, esquiar nas montanhas, caçar ou visitar mercados de tapetes persas.
Em todos os continentes, há uma multiplicação de ofertas para os turistas. A Namíbia percebeu o sucesso alcançado pela África do Sul e decidiu apostar na melhoria de suas estradas e hotéis.
Entre as atrações da Namíbia, estão cânions, safáris fotográficos e visitas a lugares inusitados, como a costa do Esqueleto.
Na costa do Esqueleto, as dunas do deserto praticamente se encontram com a areia da praia. Quando a seca é prolongada e há falta de alimento, pode-se ver leões caminhando à beira da praia, perto dos leões marinhos da região.
Os roteiros na China são os que mais devem crescer, na avaliação da Organização Mundial de Turismo. Segundo projeções da OMT, a China deve receber 137 milhões de turistas por ano em 2020.
Os chineses já estão se empenhando para atingir a meta. Novos roteiros vão além das tradicionais visitas à Muralha da China e incluem viagens à próspera Shangai e a cidades do interior, como Xi'an, onde se pode ver o exército de guerreiros de terracota do imperador Qing, datado do século 2º a.C.



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