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POR DENTRO DA FITUR
Brasil é 39º em recebimento de turistas
RICARDO GRINBAUM
enviado especial a Madri
O Brasil é um dos países que
apresentaram maior crescimento
na atração de turistas em 1998. Um
estudo da Organização Mundial de
Turismo (OMT) aponta um aumento de 10% na recepção de estrangeiros, superado apenas pela
Malásia (10,4%) e pela Tunísia
(10,3%), entre os 40 principais destinos turísticos internacionais.
Três outros países apresentaram
crescimento de 10% na atração de
turistas: Espanha, Grécia e África
do Sul.
Ao receber 47,7 milhões de visitantes, a Espanha ultrapassou os
Estados Unidos e se tornou o segundo destino predileto dos turistas, abaixo apenas da França, com
70 milhões de desembarques.
A pesquisa da OMT foi divulgada
na Feira Internacional de Turismo
(Fitur), realizada entre os dias 27 e
31 de janeiro, em Madri. De acordo
com o estudo, o Brasil recebeu 3
milhões de visitantes em 1998 e alcançou a 39ª posição entre os países que mais recebem turistas. São
dez posições a mais do que em 1995
e 14 a mais do que em 1990.
"Os números da OMT ainda não
levam em conta as viagens dos turistas, por terra, de países como a
Argentina e o Uruguai. Quando os
dados forem computados, em
março, o Brasil deve subir para a
28ª posição no ranking, com 5,5
milhões de visitantes", diz Caio
Luiz de Carvalho, presidente da
Embratur.
Em 1999, a perspectiva é de que
ocorra um aumento ainda maior.
Antes da desvalorização do real, a
Embratur projetava um crescimento de 4% no número de visitantes ao Brasil. Agora, a previsão é
de um crescimento de, no mínimo,
12%.
"Com a desvalorização, ficou
muito mais barato para os estrangeiros visitar o Brasil, especialmente para os turistas dos países
vizinhos", diz Carvalho.
O fenômeno oposto é esperado
nas viagens de brasileiros para o
exterior. Nos últimos quatro anos,
o Brasil despertou o interesse das
operadoras de turismo internacionais devido ao aumento no número de viagens para o exterior.
No ano passado, cerca de 4,4 milhões de brasileiros viajaram para
o exterior, 3 milhões a mais do que
em 1993. Agora, a indústria internacional do turismo está desanimada com o Brasil.
"O interesse das operadoras é
tentar preservar o que já foi conseguido, buscando roteiros mais baratos para os turistas brasileiros,
como os países do leste europeu",
diz Marcelo Pugliese, gerente para
a América Latina da Gulliver's Travel Agency, de Londres.
A Gulliver's está atendendo três
vezes menos brasileiros em relação
ao mesmo período do ano passado. Dois grupos planejados para
viagens pela Europa no início do
ano foram cancelados.
Ricardo Grinbaum viajou a convite do Centro
Oficial de Turismo Espanhol.
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