São Paulo, segunda-feira, 08 de julho de 2002

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Corridas no mato liberam estresse

MARISTELA DO VALLE
DA REPORTAGEM LOCAL

Conhecer locais quase selvagens praticando esportes é o que proporcionam as corridas de aventura, competições que misturam modalidades como rafting, mountain biking e trekking e que podem durar seis horas ou sete dias, dependendo do roteiro.
A atividade permite que o viajante descubra o mundo por um outro ângulo, bem diferente dos pacotes tradicionais. "Nunca iria para a Amazônia fazer uma viagem convencional", afirma o treinador esportivo Fabio Rosas, que conheceu a região durante a EMA (Expedição Mata Atlântica) de 2001, etapa brasileira do circuito mundial de corridas de aventura.
Além da EMA, organizam corridas de aventura no país a Adventure Camp e a Ecomotion. Existente no Brasil há cerca de cinco anos, o esporte "cresce em progressão geométrica", diz Alexandre Freitas, presidente da Sociedade Brasileira de Corridas de Aventura e organizador da EMA.
"Resolvi aderir à atividade para liberar o estresse do cotidiano e reencontrar a natureza, da qual eu sinto falta", comenta a médica Luciane Fujita, que hoje mora em São Paulo, mas foi criada na região de Angra dos Reis (RJ).
Para ela, o espírito de equipe necessário durante as competições pode repercutir na vida pessoal e profissional do esportista. "Você desenvolve muito a paciência", completa Rosas. Isso porque as corridas são praticadas em equipes, e uns dependem dos outros para a finalização da prova.
"Se não houvesse um time atrás de mim, não teria deslizado pela tirolesa num precipício de 120 m em Campos do Jordão", lembra a arquiteta Alessandra Ribeiro. Superar os próprios limites é outra conquista do competidor.
Mas não é preciso ser nenhum super-herói para participar dessas competições. "Já vi atletas com ótimo preparo físico perderem posições por não saberem ler o mapa topográfico", comenta Alessandra. Os competidores se guiam no mato apenas por meio de mapas e bússolas.
Para quem está começando, Luciane sugere que tenha algum preparo físico e que faça um dos cursos disponíveis no mercado, como o do EMA ou do Adventure Camp. "O competidor aproveita mais e entende o que está acontecendo durante as corridas."
Para o público iniciante, será realizada no dia 15 de setembro, na USP, uma corrida de aventura urbana, organizada pela Ecomotion. O evento contará com atividades como rapel no velódromo e exercícios de treinamento de bombeiros, segundo o seu organizador, Said Ayash.
Deverão fazer falta na competição a paisagem selvagem e o contato com os habitantes dos locais onde as corridas tradicionais ocorrem. Esse intercâmbio inclui tarefas sociais, como doações de remédios e roupas, e ambientais, como plantação de mudas.
Mas nem tudo são flores nesse circuito. Para Sérgio Zolino, organizador do Adventure Camp, a falta de união dos organizadores atrapalha o mercado. "Seria importante montar um calendário nacional, sem conflito de datas."


Onde praticar - Adventure Camp: tel. 0/xx/11/5094-1853; site www.adventurecamp.com.br; corrida de 2 a 4 de agosto em Nazaré Paulista (SP); R$ 220/pessoa; EMA: tel. 0/xx/11/5506-8349; site www.corridasdeaventura.com.br; evento em 17 e 18 de agosto, em Santos, R$ 95/pessoa; Ecomotion: tel. 0/xx/11/3044-0303; site www.ecomotion.com.br; corrida em 31 de agosto e 1º de setembro, em Angra dos Reis, por R$ 810/equipe (três pessoas).


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