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Corridas no mato liberam estresse
MARISTELA DO VALLE
DA REPORTAGEM LOCAL
Conhecer locais quase selvagens
praticando esportes é o que proporcionam as corridas de aventura, competições que misturam
modalidades como rafting,
mountain biking e trekking e que
podem durar seis horas ou sete
dias, dependendo do roteiro.
A atividade permite que o viajante descubra o mundo por um
outro ângulo, bem diferente dos
pacotes tradicionais. "Nunca iria
para a Amazônia fazer uma viagem convencional", afirma o treinador esportivo Fabio Rosas, que
conheceu a região durante a EMA
(Expedição Mata Atlântica) de
2001, etapa brasileira do circuito
mundial de corridas de aventura.
Além da EMA, organizam corridas de aventura no país a Adventure Camp e a Ecomotion. Existente no Brasil há cerca de cinco
anos, o esporte "cresce em progressão geométrica", diz Alexandre Freitas, presidente da Sociedade Brasileira de Corridas de
Aventura e organizador da EMA.
"Resolvi aderir à atividade para
liberar o estresse do cotidiano e
reencontrar a natureza, da qual eu
sinto falta", comenta a médica Luciane Fujita, que hoje mora em
São Paulo, mas foi criada na região de Angra dos Reis (RJ).
Para ela, o espírito de equipe necessário durante as competições
pode repercutir na vida pessoal e
profissional do esportista. "Você
desenvolve muito a paciência",
completa Rosas. Isso porque as
corridas são praticadas em equipes, e uns dependem dos outros
para a finalização da prova.
"Se não houvesse um time atrás
de mim, não teria deslizado pela
tirolesa num precipício de 120 m
em Campos do Jordão", lembra a
arquiteta Alessandra Ribeiro. Superar os próprios limites é outra
conquista do competidor.
Mas não é preciso ser nenhum
super-herói para participar dessas competições. "Já vi atletas
com ótimo preparo físico perderem posições por não saberem ler
o mapa topográfico", comenta
Alessandra. Os competidores se
guiam no mato apenas por meio
de mapas e bússolas.
Para quem está começando, Luciane sugere que tenha algum
preparo físico e que faça um dos
cursos disponíveis no mercado,
como o do EMA ou do Adventure
Camp. "O competidor aproveita
mais e entende o que está acontecendo durante as corridas."
Para o público iniciante, será
realizada no dia 15 de setembro,
na USP, uma corrida de aventura
urbana, organizada pela Ecomotion. O evento contará com atividades como rapel no velódromo e
exercícios de treinamento de
bombeiros, segundo o seu organizador, Said Ayash.
Deverão fazer falta na competição a paisagem selvagem e o contato com os habitantes dos locais
onde as corridas tradicionais
ocorrem. Esse intercâmbio inclui
tarefas sociais, como doações de
remédios e roupas, e ambientais,
como plantação de mudas.
Mas nem tudo são flores nesse
circuito. Para Sérgio Zolino, organizador do Adventure Camp, a
falta de união dos organizadores
atrapalha o mercado. "Seria importante montar um calendário
nacional, sem conflito de datas."
Onde praticar - Adventure Camp: tel.
0/xx/11/5094-1853; site www.adventurecamp.com.br; corrida de 2 a
4 de agosto em Nazaré Paulista (SP); R$
220/pessoa; EMA: tel. 0/xx/11/5506-8349; site www.corridasdeaventura.com.br; evento em 17 e 18 de agosto,
em Santos, R$ 95/pessoa; Ecomotion: tel.
0/xx/11/3044-0303; site www.ecomotion.com.br; corrida em 31 de
agosto e 1º de setembro, em Angra dos
Reis, por R$ 810/equipe (três pessoas).
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