São Paulo, segunda-feira, 08 de julho de 2002

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Cidade mineira não consta nas principais publicações turísticas, mas rios e cachoeiras proporcionam aventuras

Guias ignoram Santa Rita de Jacutinga

DA ENVIADA A SANTA RITA DE JACUTINGA

Santa Rita de Jacutinga, em Minas Gerais, é uma cidade pequena, de 5.000 habitantes, que nem chega a figurar nos principais guias de turismo do país. Mas há cerca de dois anos burros carregando cana cortada ou latões de leite passaram a dividir a estrada de terra com carros com placas de outras cidades e Estados, com turistas que chegam para experimentar algumas atividades que começaram a ser oferecidas ali.
Vários rios cortam o município mineiro, que tem 72 cachoeiras. A do Pacau é a cortina branca sobre a qual praticantes de rapel deslizam em cordas ao som das águas que correm por 95 m de desnível.
No inverno, a equipe do alpinista Francisco Balter Rodrigues, 38, realiza um "rapel aéreo": a corda do esportista é ligada a um cabo de aço que traça a rota da descida, guiando-o por fora das águas geladas. Resultado? Fica-se quase de frente para a queda-d'água. No verão, a descida acontece dentro da cachoeira, mesmo.
Já o rio Preto, que faz a divisa natural de Santa Rita de Jacutinga com o Estado do Rio de Janeiro, é aproveitado para o rafting. As corredeiras são de níveis dois e três. Por isso Maurício Fenille, tetracampeão brasileiro que adotou o rio, indica o passeio para famílias e iniciantes.
Em julho, as águas estão mais tranquilas ainda, e, se por um lado é preciso um esforço extra na hora de remar, por outro as pedras que despontam a cada curva adornam o rio e as águas são mais claras.
O rafting começa sob uma ponte, após instruções básicas de comandos dadas pela equipe, e acaba 6 km e uma hora e meia depois.
O único ponto que incomoda o rafting e também quase estraga as expectativas de quem chega à cidade em busca de muita natureza é uma siderúrgica, localizada na entrada de Santa Rita, cujas chaminés soltam fumaça dia e noite.
A cavalgada também é uma atividade que leva a paisagens bucólicas do município. Um dos passeios vai até o boqueirão da Mira e dura cerca de três horas, só na ida.
O boqueirão é talvez um dos pontos mais bonitos de Santa Rita, uma fenda de 40 m de altura que rasga um paredão de rocha. Sob ela há uma piscina natural que termina em uma cachoeira.
Quem nunca andou a cavalo não precisa se preocupar muito com quedas, mas sim com as dores que podem surgir após passar tanto tempo no lombo do animal.
É possível chegar a até um quilômetro do boqueirão de carro. O restante do trecho oferece uma caminhada leve e bem bonita.
Os passeios podem ser agendados no Centro de Aventuras, tel. 0/xx/32/3291-1519. O rapel custa de R$ 40 a R$ 60; o rafting, R$ 40; e a cavalgada, de R$ 15 a R$ 35.
Informações sobre a cidade, no site www.santaritadejacutinga. tur.br. (CHIAKI KAREN TADA)


Chiaki Karen Tada viajou a convite da Cavalgada Adventure e da hospedaria Santa Clara


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