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MAIS POR MENOS
Agências preparam pacotes para independentes com preços mais baixos; país ganha ônibus da Oceania
Brasil abre espaço para estilo mochileiro
MARGARETE MAGALHÃES
DA REPORTAGEM LOCAL
Botar o pé na estrada e viajar
com o dinheiro contado já foi opção de bicho grilo, mas hoje há
agências que preparam um cardápio para turistas independentes e
abrem a oportunidade para que
os acostumados a viajar com tudo
certinho encarem um passeio
com jeitão de mochileiro, pagando menos e ainda tendo apoio.
"Gastei muito menos do que se
tivesse ido com pacote", diz o engenheiro Jorge Kameda, que passou um mês na Tailândia e na
África do Sul pela primeira vez nesse estilo independente, munido de dicas
prévias passadas pela agência.
As novas empresas fazem consultorias, dão dicas e montam pacotes no Brasil ou no exterior para
destinos de aventura ou exóticos.
"Queremos viabilizar viagens. A
pessoa diz "o meu orçamento é
tal'", diz Sydnei Bighetti Jr, da
Aventura no Mundo (tel. 0/xx/
11/283-5126), que tem pacotes fechados para Tailândia, Vietnã e
Índia e dá consultoria para outras
regiões, como África e Oceania.
A idéia de facilitar e baratear as
viagens alcançou terreno no Brasil. "Queremos fazer o brasileiro
conhecer o país e criar a cultura
"backpacking" (mochileiro)", diz
Christiano de Oliveira, diretor de
projetos da Backpacking Brazil.
A empresa, lançada na última
edição da feira da Abav (Associação Brasileira de Agências de Viagens), começou a operar de olho
nesse filão de viajantes, que prefere conhecer mais por menos.
No ar desde a semana passada,
o site www.backpacking.com.br
(tel. 0800-7015116) traz dicas e
apresenta dois produtos. O Pé na
Estrada, com 16 roteiros flexíveis,
é moldado de acordo com gosto,
tempo e dinheiro disponíveis para o viajante que tem horror à
idéia de ficar atrelado a horários e
passeios estipulados em pacotes.
Já o Mochileiros Brasil tem 28
destinos e segue um roteiro fechado, tradicional, incluindo passeios como trekking e rafting.
Uma viagem estilo Jack Kerouac -o beatnik que nos anos
50 e 60 deu asas para que uma geração pegasse uma mochila e saísse pela vida- de cinco dias para
Bonito (MS), com passagem aérea
e hospedagem, sai por R$ 560.
Para fazer os passeios, a Backpacking indica operadoras em
que é possível obter desconto.
O pacote de seis noites no roteiro fechado, com passeios, sai por
R$ 1.172, quase 20% mais em conta do que a média da maioria dos
pacotes oferecidos pelas agências
voltadas para aventura.
Buzunga internacional
Na linha econômica, a South
America Experience (tel. 0/xx/11/
3088-8405) oferece passes de ônibus, com validade de seis meses,
para os descolados rodarem por
dois Estados: Bahia e Rio.
O conceito foi "importado" da
Austrália e da Nova Zelândia, que
juntas transportam mais de 80
mil turistas por ano nesse estilo.
Aqui, os mochileiros são deixados
em pontos fixos das cidades e recolhidos a cada dois dias.
O turista pode flexibilizar a viagem e curtir mais dias em Ilhéus,
por exemplo, e esperar a chegada
do ônibus seguinte. Todos recebem folheto com horário e local
das partidas. Há guias que indicam e acompanham as pessoas
até o albergue, mas a hospedagem
fica a critério de cada um.
Na Bahia, o passe para um mínimo de seis dias (R$ 289) tem dois
roteiros: um saindo de Salvador
rumo a Praia do Forte, passando
por Morro de São Paulo, Cachoeira da Pancada Grande, Camamu,
Ilhéus, Itacaré, Canavieiras, Trancoso, Arraial d'Ajuda e Porto Seguro, e outro saindo de Porto Seguro com o roteiro contrário.
No Rio, o passe custa a partir de
R$ 229 e circula por Rocinha,
Prainha, Angra dos Reis, Parati,
Barra do Piraí, Correas, Petrópolis, Casimiro de Abreu, Búzios,
Saquarema e Niterói.
Entre os usuários, 90% são estrangeiros. "Lá fora esse conceito
é muito conhecido", diz Eduardo
Carvalho, um dos sócios da empresa, que espera completar um
ano de funcionamento, em dezembro, com 5.000 usuários do
passe. "O ideal é ter 50% de clientes nacionais."
Com a carteira de estudante internacional Isic, adquirida no STB
(tel: 0/xx/11/3038-1555), o desconto na compra do passe é de 50%.
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