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Velho Chico hoje
Passeio em vapor passa bem longe do conforto
Calor e insetos podem tirar o sono do turista
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
EM MINAS GERAIS
Ao decidir navegar pelo rio
São Francisco a bordo do Benjamim Guimarães, esqueça a
palavra conforto. Conseguir ficar confortável no calor de 35
graus e evitar os insetos têm o
mesmo grau de dificuldade de
uma vitória olímpica.
Para não ficar decepcionado,
repita este mantra trinta vezes
antes de embarcar: não é um
cruzeiro. Assim, no meio da
tarde, quando o calor estiver insuportável, o viajante não vai
delirar pedindo ao comandante
do barco para aumentar o ar-condicionado que não existe.
O calor e os insetos são os
maiores desafios da viagem.
Mas não são os únicos. A estrutura do barco, construído em
1913, não ajuda. Nas cabines há
apenas beliches -não há cama
de casal a bordo. Os banheiros
são comunitários, dois masculinos e dois femininos.
A água nos lavatórios das cabines não é confiável e não deve
ser usada para escovar os dentes. Para isso prefira garrafas de
água de mineral ou use o banheiro comunitário. A água que
sai dos chuveiros é fraca, mas o
banho frio ainda é a melhor opção para aliviar o calor. Mesmo
com tanta água em volta, não se
pode nadar. A Capitania dos
Portos exige que um bombeiro
esteja presente para que os banhos sejam permitidos.
No início da noite, pulverize
o inseticida distribuído no barco em cada um dos cantos da
cabine. Feche a porta e as janelas e aguarde. Abra a cabine alguns minutos antes de dormir.
Assim, os insetos vão aliviar um
pouco a perseguição. Mas não
se anime muito. Alguns são
realmente insistentes. Todos
os quartos têm repelentes.
Navegar no Benjamim Guimarães não é um programa para crianças. Elas podem se entediar rapidamente. Aproveite
o tempo livre. Não se esqueça
daquele livro que você está tentando terminar de ler há séculos. Pode ser a grande chance.
No mais, carregue o mínimo
de roupas possível (todas leves)
e não se esqueça de levar sandálias de dedo. São os únicos calçados necessários durante toda
a viagem.
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