São Paulo, quinta-feira, 08 de novembro de 2007

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Separada do barco, carranca resiste como arte

DA REDAÇÃO

Carrancudo muita gente conhece, se é que não é. Mais raros são os carranqueiros.
Os dois fazem carrancas diferentes: o carrancudo, a fisionomia carregada que expressa mau humor e afins; o carranqueiro, aquela cabeça de madeira que já foi muito comum nas embarcações do rio São Francisco e que também aparece separada do barco, decorando a sala da sua casa de praia.
E por que as comunidades ribeirinhas do Velho Chico resolveram, há cerca de 130 anos, começar a colocar uma figura repulsiva na ponta dos barcos? A versão mais aceita diz que, representando um animal feroz, a carranca afastaria maus espíritos e tempestades.
Um dos principais carranqueiros foi Francisco Biquiba Dy Lafuente, que viveu 103 anos, de 1884 a 1987, e produziu mais 80 carrancas até a década de 1940, época em que as embarcações do rio São Francisco entram em declínio. Em Pirapora (MG), às margens do rio, há mais 30 carranqueiros vivendo do ofício. O trabalho fica exposto na praça da cidade e é exportado para outros lugares.
(THIAGO MOMM)


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