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Separada do barco, carranca resiste como arte
DA REDAÇÃO
Carrancudo muita gente conhece, se é que não é. Mais raros são os carranqueiros.
Os dois fazem carrancas diferentes: o carrancudo, a fisionomia carregada que expressa
mau humor e afins; o carranqueiro, aquela cabeça de madeira que já foi muito comum
nas embarcações do rio São
Francisco e que também aparece separada do barco, decorando a sala da sua casa de praia.
E por que as comunidades ribeirinhas do Velho Chico resolveram, há cerca de 130 anos, começar a colocar uma figura repulsiva na ponta dos barcos? A
versão mais aceita diz que, representando um animal feroz,
a carranca afastaria maus espíritos e tempestades.
Um dos principais carranqueiros foi Francisco Biquiba
Dy Lafuente, que viveu 103
anos, de 1884 a 1987, e produziu
mais 80 carrancas até a década
de 1940, época em que as embarcações do rio São Francisco
entram em declínio. Em Pirapora (MG), às margens do rio,
há mais 30 carranqueiros vivendo do ofício. O trabalho fica
exposto na praça da cidade e é
exportado para outros lugares.
(THIAGO MOMM)
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