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NOVA INGLATERRA
Naturais de Massachusetts, três dos mais ilustres políticos dos EUA também eram egressos de Harvard
John é o nome de presidentes marcantes
SILVIO CIOFFI
Editor de Turismo
Três dos "joões" que mais marcaram a história norte-americana
têm seus nomes ligados ao Estado
de Massachusetts, onde fica Boston: John Adams (1735-1826),
John Quincy Adams (1767-1848) e
John Kennedy (1917-1963).
John Adams, que nasceu em
Braintree e morreu em Quincy, foi
o primeiro vice-presidente e o segundo presidente dos EUA.
Egresso da Universidade de Harvard, Adams foi pioneiro na luta
pela independência, notabilizou-se como constitucionalista e
teórico da política.
Figura proeminente do episódio
que culminou com a Declaração
da Independência (1776), Adams
tem sua imagem mais conhecida
na pintura de Gilbert Stuart, que o
retratou aos 89 anos.
De pai para filho
John Adams viveu o bastante para ver John Quincy Adams, seu filho que estudou na Europa e também em Harvard, tornar-se, em
1825, o sexto presidente dos EUA.
Quincy, a cidade onde John
Adams morreu, transformou a casa da família num museu, isso em
135 Adams Street (tel. local
617/773-1177). O imóvel, construído pelo primeiro Adams e ampliado pelo filho, tem vasta biblioteca
e uma bela estufa de plantas.
O filme "Amistad" (1997), dirigido por Steven Spielberg e com Anthony Hopkins no papel de John
Quincy Adams, dá uma idéia de
como a casa é ao narrar a história
verídica do motim ocorrido em
navio negreiro espanhol, em 1839.
Liderados por Cinque, 53 africanos tomaram a embarcação e mataram os tripulantes.
Apenas dois espanhóis, constrangidos a levar os negros de volta a Serra Leoa, tiveram as vidas
poupadas. Enganados, os africanos foram levados até New Haven
(Connecticut), onde foram presos.
Já um velho senador por Massachusetts, John Quincy Adams evitou, a princípio, participar do debate em torno do destino dos africanos. Mas acabou defendendo o
grupo quando o caso foi parar na
Suprema Corte.
Filmada por Spielberg com base
no livro "Black Mutiny" (Motim
Negro), de William Owens, a história tem como pano de fundo as
pressões da Espanha e a Guerra
Civil norte-americana, que acabou acontecendo de 1861 a 1865.
John Quincy Adams morreu aos
80 anos, em Washington. Também foi secretário de Estado e teve
papel decisivo quando os EUA adquiriram a Flórida.
O filho do figurão
Embora tivesse origem irlandesa
e católica, o 35º presidente norte-americano também não era um
joão-ninguém. John Fitzgerald
Kennedy, o JFK, era o segundo
dos nove filhos de Rose e Joseph
Patrick Kennedy, magnata que foi
embaixador em Londres e figurão
do Partido Democrata.
Natural de Brookline, Massachusetts, John Kennedy foi outro
que estudou em Harvard e logo se
transformou numa máquina de
ganhar eleições em seu Estado.
Ao vencer Richard M. Nixon,
transformou-se no primeiro católico a presidir o país. Mas, apesar
do carisma, Kennedy foi assassinado a tiros em Dallas, Texas, no
dia 22 de novembro de 1963, depois de governar por 1.037 dias.
E, para contar a saga de JFK,
Boston também constituiu um
museu, instalado num prédio de
I.M. Pei, o mesmo que projetou a
pirâmide do Louvre, em Paris.
O The New Museum fica em Columbia Point, próximo à rodovia
I-93 (tel. local 617/929-4523).
Tem 15 mil objetos, 180 mil fotos
e 34 milhões de páginas manuscritas. Mas, muito além das fotos de
família e de bens como o veleiro de
JFK, o museu transforma o visitante em espectador da campanha
presidencial de 1960.
Kennedy venceu Nixon, o então
vice-presidente, por 118,5 mil votos num universo de 68,4 milhões
de eleitores. O último debate, decisivo, passa numa tevê de época,
rodeada de cartazes da campanha.
No fim da mostra, outra TV traz
o jornalista Walter Cronkite, da
CBS, lendo a notícia da morte de
Kennedy, o quarto presidente dos
EUA a ser assassinado. Passados
35 anos, a imagem de Cronkite
choramingando a notícia ainda
soa como um soco no estômago.
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