São Paulo, segunda, 9 de março de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Passeio a pé revela um caldeirão de idéias

da Agência Folha, em Curitiba

Basta um passeio a pé pelos bairros localizados em um raio de três quilômetros do centro para notar que Curitiba é diferente.
A começar pela presença das já famosas estações-tubo de ônibus, existentes desde 1991. O projeto deverá ser adotado em Los Angeles, nos Estados Unidos.
Um roteiro a pé para uma manhã poderia começar pela rua 24 Horas, com lojas, bares e restaurantes abertos em qualquer horário do dia, ao longo de 120 metros. Ela foi inaugurada há sete anos e é bastante movimentada.
Do outro lado da rua está a praça Osório, onde durante todo o ano são montadas barracas das feirinhas temáticas -de Natal, de Páscoa, junina, do mel etc.
Depois de atravessar a praça Osório, o visitante chega à rua das Flores -primeiro calçadão do Brasil. Projetado no começo da década de 70, o lugar é considerado o "coração de Curitiba".
A rua das Flores tem cerca de um quilômetro e abriga cafés, confeitarias, joalherias e livrarias.
É também ali que batem ponto os integrantes da Boca Maldita, confraria só de homens que se reúnem na frente de um dos cafés para discutir os assuntos da cidade, da política ao futebol.
O final do calçadão dá para os fundos do prédio histórico da Universidade Federal do Paraná -a primeira do Brasil-, construído em 1912. O estilo neoclássico da construção é imponente. O prédio, que ainda abriga alguns cursos da UFPR, foi reformado no ano passado, ganhando uma pintura mais próxima da original.
Do outro lado da praça Santos Andrade, que fica na frente da universidade, está o teatro Guaíra, cujas linhas arquitetônicas são mais modernas.
Construído na década de 50, o teatro tem três auditórios -o maior deles com capacidade para 2.173 pessoas sentadas.
O Guaíra está a um quarteirão dos 70 mil m2 de verde do Passeio Público, na região central de Curitiba. O parque foi aberto há 112 anos, é coberto de árvores e abriga um minizoológico com macacos, aves, cobras e peixes.
Inspiração francesa
Ainda no centro, vale conhecer o largo da Ordem, centro histórico de Curitiba. A dica é ir no domingo de manhã, para visitar a feirinha e sua oferta eclética de produtos, de artesanato a discos de vinil.
Os outros pontos de interesse turístico de Curitiba estão distantes do centro e não podem ser alcançados facilmente a pé.
O Jardim Botânico é hoje o cartão-postal da cidade. Sempre cheio de turistas, o lugar foi inspirado nos jardins franceses, com trilhas para caminhadas entre as flores. O Palácio de Cristal de Londres inspirou uma estufa toda de vidro e metal, onde estão amostras de plantas nativas.
O segundo local mais visitado de Curitiba é a Ópera de Arame, teatro totalmente construído em estrutura tubular metálica (inclusive os assentos do auditório). Um lago com gansos e carpas, uma cascata e um café dão charme ao lugar.
Ao lado da Ópera de Arame está a pedreira Paulo Leminski, montada para abrigar espetáculos ao ar livre com capacidade para cerca de 60 mil pessoas. Já se apresentaram na pedreira, entre outros, o ex-beatle Paul McCartney e o tenor José Carreras.
A cerca de 10 km do centro de Curitiba está o parque Barigui, frequentado por turistas e moradores da cidade. É para o 1,4 milhão de metros quadrados do Barigui que vão casais de namorados, ciclistas, pais com carrinhos de bebê e executivos. Lá, correm, passeiam, fazem churrasco ou tomam cerveja à beira do lago.
Além do Passeio Público e do Barigui -os mais visitados-, Curitiba tem ainda mais sete parques e bosques, como o São Lourenço, o Bacacheri, ou o Bosque do Papa, que traz um pouco da memória da imigração polonesa no país. Ao todo, são 18 milhões de metros quadrados.
Para descortinar Curitiba em grande estilo, as sugestões são subir na torre da Telepar ou ir até a praça das Nações, no Alto da 15. Na torre, antes da subida, o turista pode ver uma sessão de vídeos sobre a cidade e sua história. (FM)



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.