São Paulo, segunda, 9 de março de 1998

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POR DENTRO DE CURITIBA
Turistas vão de táxi, ônibus ou bicicleta

da Agência Folha, em Curitiba

Para conhecer Curitiba, a melhor pedida para o turista que tiver tempo é embarcar em uma das jardineiras da linha Turismo.
Elas circulam de terça a domingo, partindo a cada meia hora de 22 pontos da cidade.
Em duas horas, as jardineiras percorrem cerca de 40 quilômetros, passando pelos principais parques, monumentos, teatros e outros endereços turísticos da capital paranaense.
A cartela com quatro tíquetes custa R$ 6 e dá direito a um embarque e três reembarques.
Assim, o passageiro pode escolher 3 dos 22 pontos que quiser conhecer melhor, descer da jardineira e embarcar em qualquer uma das seguintes, que passarão em intervalos de meia hora.
Na região central de Curitiba, há paradas e venda de bilhetes para as jardineiras na rua 24 Horas, na rua das Flores, no Passeio Público e na praça Tiradentes.
Os táxis na cidade são relativamente baratos, em comparação, por exemplo, com São Paulo.
A bandeirada custa R$ 2, e a tarifa do quilômetro rodado durante o dia sai por R$ 1.
As principais cooperativas de taxistas não cobram a chamada por telefone. Se for dividido por pelo menos três pessoas, um passeio de táxi pode ser uma forma bem econômica de conhecer a cidade.
Outra opção de transporte é embarcar num dos ônibus expressos que, há 23 anos, circulam em canaletas exclusivas.
Esses ônibus não têm paradas, mas estações-tubo. Nelas, os passageiros pagam a passagem -R$ 0,75- e aguardam a chegada do transporte.
O sistema é único no Brasil. Parando em estações-tubo e nos terminais de integração, é possível tomar vários ônibus com o dinheiro de apenas uma passagem.
De alguns meses para cá, as estações têm sido alvo da ação de ladrões. As vítimas, porém, não têm sido os passageiros que aguardavam o ônibus, mas as gavetas dos cobradores.
Para quem tiver disposição, conhecer a cidade de bicicleta é uma boa idéia. Curitiba tem uma rede de ciclovias bem desenvolvida, ligando alguns dos pontos turísticos já citados.
O que comer e beber
A cozinha paranaense não é tão diversificada como a baiana e a mineira, mas tem seus encantos. O prato mais conhecido é o barreado, típico do litoral.
É uma carne desfiada, curtida em ervas e cozida em uma panela de barro, que, pela receita original, deve ser deixada por um dia em brasa debaixo da terra.
Os operadores de turismo apresentam o bairro de Santa Felicidade como o espírito gastronômico de Curitiba.
Trata-se de uma verdade em termos. O bairro tem de fato dezenas de restaurantes de culinária típica italiana -massa, frango, polenta e salada. Mas não é só isso.
Aos domingos, o cheiro de carne sendo assada pode ser sentido nas ruas da cidade.
A cultura do churrasco é tão forte entre os curitibanos que é quase regra os projetos de apartamentos contemplarem uma churrasqueira no terraço.
O clima local, com uma temperatura amena, favoreceu o aparecimento de casas de cozinhas alemã, suíça e francesa.
A cidade também possui restaurantes de comida polonesa, cujo prato mais popular é o pierogi, que se assemelha a um ravióli tamanho família, com recheio de ricota e batata.
Em Curitiba, tomar sopa não é "programa de idosos".
No frio, é comum o curitibano fazer fila na porta de uma das casas de sopas, ambientes acolhedores onde geralmente são oferecidas quatro opções por dia, servidas em porções individuais.
A maior dificuldade para o turista que vem de outras metrópoles é encontrar um restaurante aberto na cidade depois das 15h -mesmo nos fins-de-semana. A maioria deles fecha nesse horário e reabre somente à noite, para o jantar.
Como alternativa depois das 15h, restam ao visitante as lanchonetes do tipo fast food, as praças de alimentação dos shopping centers e os estabelecimentos da rua 24 Horas.
(FERNANDO MENDONÇA)



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