EM MONTEVIDÉU

Domingo de manhã, a recomendação dada a qualquer turista em Montevidéu é a feira de Tristán Narvaja. As barracas começam a ser instaladas na esquina da rua do mesmo nome com a avenida 9 de Julho, no centro, e se estendem para as ruas paralelas e transversais, ocupando dezenas de quadras, até formar uma rede quilométrica de burburinho.
A extensão absurda da feira só se compara à diversidade de produtos ali vendidos. Se, no começo, Tristán Narvaja se assemelha a uma feira comum, com frutas e verduras frescas, e, algumas quadras depois, transforma-se numa feira de antigüidades, logo o visitante é surpreendido com a oferta de patos, galinhas, sapatos, uniformes de times de futebol, peças para fogão, ferramentas etc.
Apesar da abundância, verdade seja dita: não é o melhor lugar para quem quer fazer compras. Muitas das peças vendidas como antigüidades são só objetos velhos, a maioria das roupas e dos sapatos deixa a desejar em qualidade, e ferragens não são exatamente um suvenir interessante.
O setor que mais compensa é o de livros, na rua Paysandu, que oferece até obras novas por preços mais atraentes que os das livrarias. Certamente, o visitante encontrará inúmeros romances e coletâneas de contos e poemas de Mario Benedetti, o escritor mais incensado do país. Com cerca de 80 livros publicados e ainda numa produção constante, ele é considerado um cronista da vida em Montevidéu e seus textos podem ser uma boa forma de conhecer melhor a cidade.
Quem busca móveis e antigüidades pode ir às diversas lojas especializadas na rua Tristán Narvaja e vias próximas, onde é possível achar peças interessantes a preços bem mais acessíveis que no Brasil.
Já os interessados em trabalhos artesanais não podem perder o Mercado de los Artesanos, na praça Cagancha. As peças são um pouco mais caras que a média, mas caprichadas e criativas. Além de jóias de prata, enfeites de madeira e artigos de couro e lã, chama a atenção um suporte de cerâmica com buraquinhos, para preparar queijo parrillero. (AL)


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