São Paulo, segunda, 9 de novembro de 1998

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PORTO DO VINHO
Cidade serviu como fonte de inspiração para escritores e poetas portugueses e conta com boas livrarias
Literatura também põe a mesa no Porto

da enviada especial ao Porto

O Porto tem tradição literária. Além do vinho, a cidade também é fonte de inspiração para escritores e poetas portugueses.
Camilo Castelo Branco escreveu o romance "Amor de Perdição" na cadeia da Relação do Porto, um edifício do século 18, que é ponto turístico atualmente.
O romance faz parte da lista de livros para o vestibular da Fuvest.
O escritor foi preso em 1860, por ter raptado Ana Augusta Plácido, mulher por quem cultivava uma paixão desde 1850. Ana era casada com um comerciante da cidade.
Antes de raptá-la, o escritor havia tentado o suicídio e entrado para um seminário, à maneira romântica, para esquecer a paixão. Foi solto em 1861 e viveu com Ana até sua morte, em 1890.
Inconfidente
O autor de "Marília de Dirceu", o poeta Tomás Antônio Gonzaga, nasceu no Porto, em 11 de agosto de 1744.
Mas Gonzaga veio para o Brasil ainda jovem. Foi ouvidor-geral de Vila Rica, sede da capitania de Minas Gerais na América portuguesa, e participou do movimento dos inconfidentes.
O poeta é homenageado com o seu nome em uma rua no centro do Porto, onde fica a igreja de Miragaia, uma reconstrução dos séculos 17 e 18.
O poeta Almeida Garrett, autor de "Viagem na Minha Terra", dá o nome a uma praça e tem uma estátua em outra, a General Humberto Delgado.
A estátua foi inaugurada em 1954 para celebrar o primeiro centenário da morte do poeta.
O Prêmio Nobel de Literatura deste ano, José Saramago, também se inspirou numa viagem ao Porto para registrar suas impressões no livro "Viagem a Portugal" (Companhia das Letras).

Livros
Boas livrarias não faltam na cidade. A mais tradicional é a Lello, que fica na rua das Carmelitas, próxima à torre dos Clérigos, um ponto de encontro de intelectuais desde 1904, quando foi fundada.
O prédio que abriga a loja foi restaurado há cerca de três anos e já é um marco para a cidade.
O vitral no teto e a escada de ferro e cimento armado, que imita madeira, são uma atração à parte.
No segundo andar da Lello há um café, onde é possível ficar horas sentado numa confortável poltrona, lendo um romance ou apenas observando o movimento.
(ANA VINHAS)



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