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NA TRILHA DOS INCAS
Comércio de artesanato local é só uma das atrações da cidade que é ponto de partida para as ruínas
Mercado de Cuzco faz blusa sob medida
enviada especial ao Peru e à Bolívia
Imponente e mística. Assim pode ser definida a cidade de Cuzco,
no Peru, que resgata um pouco de
história, com muito agito noturno.
A 3.400 metros de altitude, cercada por montanhas, a antiga capital
do império inca também serve como ponto de partida para importantes parques arqueológicos, como Sacsayhuaman, Kenquo, Vale
Sagrado e Machu Picchu.
A proximidade com esses locais
transformou Cuzco em uma cidade-dormitório para os turistas que
querem conhecer a região. Isso
não significa, no entanto, que ela
não tenha seus próprios encantos.
Perder-se por suas vielas e ruas
de paralelepípedos pode ser recompensador. Ainda mais com visitas ao Museu Arqueológico, à
praça de Armas, à igreja Compañia
e à Calle Hatun Rumiyoc (onde fica a famosa pedra dos 12 ângulos).
Além disso, vale visitar o antigo
templo de Koricancha, que, apesar
de ter sido destruído durante a
ocupação espanhola (1532), ainda
mantém restos do Templo do Sol.
Compras
A pequena cidade também é local de consumo. Ao redor da praça
de Armas, no centro, encontra-se
um vasto comércio de artesanato,
roupas, esculturas e instrumentos
musicais típicos -principalmente
os feitos de bambu.
A dica mais importante para
quem vai às compras é nunca se esquecer de pechinchar. Acostumados com os pedidos de abatimento, os comerciantes costumam elevar seus preços para negociar com
os clientes. As blusas peruanas, feitas de lã de lhamas, por exemplo,
podem ser compradas por entre
US$ 5 e US$ 15, dependendo do seu
poder de barganha.
Muitas vielas também se transformam em verdadeiros mercados, com pequenas lojas, que oferecem o melhor do artesanato local. Muitas peças em pedra, cerâmica e barro são compradas. Um
prato de barro pintado à mão pode
sair por US$ 5.
Na Calle Plateros, 334, o Tesouros del Inka é um bom exemplo
desses mercados. Ele vende de tudo. Dá até para mandar fazer uma
blusa de lã sob medida, que, segundo os vendedores, fica pronta em
duas horas.
Os adeptos das caminhadas podem fazer muitos passeios a pé na
região. Mas os sedentários devem
se lembrar que estão a 3.400 metros de altitude e, definitivamente,
lá não é o local ideal para se tornar
um atleta. Nesse caso, os ônibus
que saem de Cuzco rumo às ruínas
são opções mais adequadas.
Além disso, muitas agências fazem pacotes de um dia para os parques arqueológicos.
O interessante, porém, é entrar
no espírito da região, que é rodeada de lendas e mitos. Os mistérios,
que não são poucos, já começam
na observação das construções. É
difícil compreender como uma população que não conhecia o ferro
conseguia cortar as pedras e encaixá-las com tanta precisão. As ruínas de Sacsayhuaman mostram o
fino trabalho em pedra dos incas.
Há quem defenda a idéia de que
eles recebiam ajuda de deuses. Algo nunca comprovado.
Mas, se o assunto é misticismo, a
região tem o que oferecer. As
"chincanas" (em quíchua, idioma
inca: "lugar onde um se perde")
são bons exemplos. Segundo as
lendas, pessoas que entraram nesses labirintos jamais voltaram.
Uma das mais importantes está
protegida por uma grade no templo Koricancha. Mas outras, menores e abertas aos turistas, podem
ser visitadas no parque arqueológico de Sacsayhuaman.
Diz a lenda que, quando se entra
em uma "chincana", deve-se fazer
um pedido. Como o local é um labirinto escuro, é encarado como
um desafio, e por isso as pessoas
que conseguem vencer esse obstáculo saem de lá purificadas. Não
custa tentar.
Leitura
Os passeios às ruínas incas tornam-se ainda mais agradáveis ao
turista que conhece um pouco da
história da civilização inca por
meio de leituras realizadas antes
de viagem ou com a ajuda de um
guia turístico da região.
Um guia local é ainda melhor, já
que ele conhece lendas e histórias
que são passadas apenas de pai para filho. Para quem tem acesso à
Internet aí vai uma dica: o site
www.cuscoonline.com resume a
história do local e fornece roteiros
para todos os gostos.
O conhecimento prévio é fundamental, já que a magia da região
está justamente nas lendas que
rondam a civilização inca. E mesmo que elas tenham muito de fictício, como afirmou o historiador
étnico Franklin Pease: "Os mitos
são histórias verdadeiras, apenas
escritas com simbolismo".
(CLEIDE FLORESTA)
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