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A ILHA
Os cinco estrelas, que pertencem ao Estado, conjugam antigo charme arquitetônico e decadência nada discreta
Hotéis de Havana
espelham contradições
do enviado especial a Cuba
As contradições cubanas estão
por toda parte e não perdoam sequer os hotéis cinco estrelas de
Havana, que continuam pertencendo ao Estado, mas são administrados por cadeias hoteleiras
internacionais, como as espanholas Meliá e Tryp.
O charme de alguns deles continua sendo a arquitetura, que remete aos anos de prosperidade financeira e degradação social da
ilha, que culminou com a revolução socialista.
É o caso do Habana Libre (tel.
0053-7-334011), que deveria ser o
hotel Hilton se os empresários
americanos não fossem expulsos
da ilha, em 1958. O serviço é improvisado e impessoal, mas mantém a dignidade de uma época. As
diárias custam US$ 110 (quarto
simples) e US$ 130 (duplo).
Já no hotel Riviera (tel. 0053-7-
334051), os sinais de decadência
estão por toda parte. Logo na entrada, um carrinho em frente à
porta giratória indica que ela não
está funcionando.
Na recepção, um cartaz escrito
em letras vermelhas que escorrem
como se tivessem sido escritas
com sangue avisa que o hotel está
com problemas no ar-condicionado e pede desculpas pelo inconveniente causado.
As recepcionistas ardem atrás do
balcão e tentam apagar os incêndios. Tocam a sineta, mas nenhum
carregador aparece para carregar
as malas dos hóspedes italianos,
que, resignados, as arrastam pelo
salão.
A música também diferencia o
Riviera de seu vizinho, o Meliá Cohiba (tel. 0053-7-333636). No primeiro, dois rumbeiros de camisa
estampada sapecam os ritmos da
ilha no comensal. No segundo, um
quarteto de cordas embala os
drinques dos hóspedes e das prostitutas, que também abundam no
bar e no lobby. As diárias do hotel
são mais econômicas: US$ 90
(simples) e US$ 120 (duplo).
O Meliá Cohiba funciona perfeitamente, mas os serviços são pasteurizados, já que são internacionais e não cubanos. Os preços são
os mais altos da cidade: US$ 155 e
US$ 190.
O Hotel Nacional de Cuba (tel.
0053-7-335171) é um patrimônio
histórico e arquitetônico da cidade, uma espécie de Copacabana
Palace de Havana.
Construído em 1930, ainda reserva ao cliente o glamour pré-revolução, com alamedas de coqueiros, vários bares e restaurantes.
Localizado sobre uma pequena
colina, o que lhe dá direito a uma
cachoeira artificial, oferece uma
bela vista do Malecón, a avenida
que percorre a baía de Havana. Os
preços são aceitáveis: US$ 100 e
US$ 140, em baixa temporada.
O hotel Santa Isabel (tel. 0053-7-
338201) é o único cinco estrelas no
centro histórico de Havana, bem
em frente à praça de Armas.
A opção não é das melhores, já
que, à noite, não é muito seguro
andar pela região. O hotel também
é deficiente nos serviços.
Possui apenas um restaurante,
que pratica preços bem salgados
em relação ao restante da ilha (um
prato com lagosta custa entre US$
25 e US$ 32).
Novos hotéis
Havana deverá ganhar ainda este
ano dois novos hotéis de padrão
cinco estrelas: um da cadeia Golden Tulip, no centro velho da cidade, com mais de 300 quartos, e
outro hotel da rede Meliá.
Havana oferece ainda boas opções de hotéis de classes inferiores.
As melhores pedidas são o Plaza
(tel. 0053-7-338591; diárias entre
US$ 70 e US$ 90), o Inglaterra (tel.
0053-7-338593; entre US$ 75 e US$
100), o Ambos Mundos (tel. 0053-
7-669529; com preços que variam
de US$ 65 a US$ 90) e o Sevilha
(tel. 0053-7-338560; com diárias
entre US$ 89 e US$ 128).
(CELSO FIORAVANTE)
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